ATA DA OCTOGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 14-10-2004.

 

 


Aos quatorze dias do mês de outubro de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz e Pedro Américo Leal. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Dr. Goulart, Elias Vidal, Gerson Almeida, Helena Bonumá, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos das Atas da Quadragésima Nona, Qüinquagésima, Qüinquagésima Primeira, Qüinquagésima Segunda e Qüinquagésima Terceira Sessões Solenes, que deixaram de ser votadas, face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes, a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/04 (Processo nº 3798/04); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providências nº 1956/04 (Processo nº 4925/04); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Providências nº 1957/04 (Processo nº 4931/04); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providências nos 1947, 1948, 1949 e 1950/04 (Processos nos 4876, 4878, 4879 e 4880/04, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 200744, 202053, 205415 e 208863/04, da Senhora Márcia Aparecida do Amaral, respondendo pela Diretoria Executiva do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; 275331/04, do Senhor Arionaldo Bonfim Rosendo, Diretor Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Haroldo de Souza, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a assinalar o transcurso do trigésimo aniversário da Empresa Goldsztein Sociedade Anônima Administração e Incorporações, nos termos do Requerimento n° 136/04 (Processo n° 4327/04), de autoria do Vereador Haroldo de Souza. Compuseram a Mesa: o Vereador Elói Guimarães, 1° Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; os Senhores Sérgio Goldsztein, Ricardo Sessêgolo e Fernando Goldsztein, respectivamente Diretor-Presidente e Diretores da Empresa Goldsztein Sociedade Anônima Administração e Incorporações; o Vereador João Carlos Nedel, 1° Secretário deste Legislativo. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Haroldo de Souza, como proponente desta solenidade, historiou a trajetória profissional do Senhor Abram Goldsztein, desde a vinda ao Brasil, no início do século vinte, até a fundação da Goldsztein Sociedade Anônima, na área da construção civil. Ainda, discorreu acerca da presença dessa empresa em programas sociais em desenvolvimento no Município, destacando propostas voltadas ao atendimento do público idoso e infantil. O Vereador João Carlos Nedel afirmou que a qualidade dos serviços oferecidos pela Goldsztein Sociedade Anônima Administração e Incorporações garantiu a permanência e o crescimento dessa instituição junto ao mercado imobiliário gaúcho. Também, ressaltou a importância da iniciativa privada para consecução de projetos de geração de emprego e de assistência social, lembrando atividades exercidas nessa área pela entidade hoje homenageada por esta Casa. O Vereador Guilherme Barbosa comentou dificuldades enfrentadas pelo setor da construção civil nesses trinta anos de existência da empresa Goldsztein. Sobre o assunto, lembrou debates realizados na Cidade quando da elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, frisando a importância da preocupação com o aspecto social quando da definição das linhas a serem seguidas em termos de planejamento municipal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn citou a importância dos nomes de Abram e Sérgio Goldsztein, assegurando ser a Goldsztein Sociedade Anônima Administração e Incorporações referência no Estado em termos de competência, responsabilidade e visão empresarial. Finalizando, salientou a necessidade de reconhecimento, por este Legislativo, da atuação de grupos privados que colaboram para o crescimento de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Nereu D’Avila cumprimentou o Senhor Sérgio Goldsztein, pela liderança exercida na direção da Goldsztein Sociedade Anônima Administração e Incorporações e junto ao setor empresarial do Estado. Ainda, declarou que a atividade dessa empresa é marcada por conceitos como determinação, profissionalismo e integração social, o que representou garantia de qualidade e sucesso no mercado imobiliário gaúcho. O Ver. Pedro Américo Leal classificou como fundamental a participação dos imigrantes no processo de desenvolvimento econômico, cultural e social brasileiro. Nesse sentido, abordou a trajetória de Abram Goldsztein, fundador da Empresa Goldsztein Sociedade Anônima Administração e Incorporações, destacando ser essa entidade reconhecidamente um dos maiores nomes na área da construção civil do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal afirmou que se sente orgulhoso em ser um dos clientes da Goldsztein, ressaltando a qualidade do prédio onde Sua Excelência mora e elogiando a competência dos engenheiros da empresa. Em relação ao assunto, destacou que as construções da Goldsztein contribuem para a melhoria da qualidade de vida e para o embelezamento de Porto Alegre, frisando a importância da geração de tributos ao Município, por essa empresa. O Vereador Sebastião Melo considerou o ramo da construção civil um dos mais significativos para a economia nacional e, lamentando a falta de incentivo às empreiteiras, por parte do Governo Federal, alegou que essa atividade contribui para a diminuição do desemprego. Também, enalteceu a contribuição dada pela Goldsztein para o engrandecimento de Porto Alegre, assegurando que a empresa é exemplo de gerenciamento e desenvolvimento urbano a ser seguido. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Reginaldo Pujol discorreu acerca das realizações e empreendimentos da Goldsztein no Município de Porto Alegre, salientando vários projetos assistenciais e educativos desenvolvidos por essa incorporadora no Rio Grande do Sul. Ainda, manifestou sua admiração pelo crescimento da Goldsztein, afirmando que a empresa contribuiu positivamente na elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental do Município. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Senhor Sérgio Goldsztein, que destacou a importância da homenagem hoje prestada por este Legislativo com referência ao trigésimo aniversário da Empresa Goldsztein Sociedade Anônima Administração e Incorporações. Às quinze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Raul Carrion criticou a postura adotada pelo Vereador Sebastião Melo em seu pronunciamento em Comunicação de Líder na última Sessão Ordinária, no qual Sua Excelência contestou os posicionamentos políticos do Partido Comunista do Brasil, especialmente o apoio dado por esse Partido ao Governo Federal. Ainda, pronunciou-se sobre sua vida parlamentar, de defesa da soberania nacional e dos interesses do povo. Em continuidade, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, Requerimento este posteriormente retirado pelo autor. Na oportunidade, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Ervino Besson, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca das inscrições para o período de Comunicações. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cassiá Carpes corroborou a avaliação do Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre, feita pelo Deputado Estadual Eliseu Santos, discordando da condução, por parte da Prefeitura Municipal, das discussões realizadas pelas comunidades em relação ao assunto. Também, julgou esse sistema de consulta insatisfatório para atender às necessidades da população, defendendo menos influência partidária nas decisões sobre os investimentos públicos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib abordou a relevância da discussão, em Pauta Especial, do Projeto de Lei do Executivo nº 047/04, que trata do Orçamento Municipal para o ano de dois mil e cinco. Nesse sentido, contestou pedido de votação nominal para o Requerimento formulado anteriormente por Sua Excelência, a fim de antecipar esses debates, sustentando que, naquele momento, não haveria quórum para continuidade da presente Sessão. Na ocasião, a Senhora Presidenta procedeu à leitura de parecer exarado pela Procuradoria da Casa acerca das imposições da Legislação Eleitoral vigente, no que se refere à veiculação, pela TVCâmara, dos pronunciamentos dos Senhores Vereadores, tendo os Vereadores Nereu D’Avila e João Antonio Dib manifestado-se e a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães referiu-se às restrições impostas pela Legislação Eleitoral, no que tange às manifestações públicas dos Senhores Vereadores, mencionando a preocupação da Mesa Diretora desta Casa em esclarecer a matéria com o Tribunal Regional Eleitoral. Sobre o assunto, enfocou a Lei Federal nº 9.507/97, que disciplina a matéria, a fim de evitar o uso inadequado de veículos de comunicação, com propósito eleitoral. Na ocasião, o Vereador Beto Moesch manifestou-se sobre Ofício que Sua Excelência encaminhou à Presidência da Casa, solicitando reforço da segurança externa deste Legislativo, em virtude dos casos de assalto que têm acontecido ultimamente no entorno da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Vereador Ervino Besson examinou o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/03, de sua autoria, o qual cria o passe-livre para estudantes carentes no Município de Porto Alegre, lamentando a não-valorização dessa iniciativa por parte das Comissões Permanentes da Casa. Sobre a matéria, teceu considerações acerca da abrangência social desse Projeto, afirmando que irá reapresentá-lo para nova tramitação, tão logo seja possível. O Vereador Guilherme Barbosa, em tempo cedido pelo Vereador Gerson Almeida, contraditou afirmações realizadas pelo Vereador João Antonio Dib, em Comunicação de Líder, no tocante à antecipação da discussão da Pauta Especial, alegando ser um direito regimental do Vereador solicitar que as votações de Requerimentos sejam nominais. Ainda, questionou as explicações do Vereador Cassiá Carpes, em relação à legitimidade do Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre. O Vereador Guilherme Barbosa, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, manifestou-se a respeito da importância da regulamentação da Lei Estadual nº 12.037/03, que trata da política estadual de saneamento e da criação de um fundo para a execução dessa iniciativa. Nesse contexto, divergiu da isenção de cobrança de taxa em relação à água usada pelos plantadores de arroz, justificando ser incongruente essa medida, em razão de outras cobranças previstas em Lei. Na oportunidade, a Senhora Presidenta registrou a realização das atividades do Projeto “Câmara, Lugar de Criança”, organizado pelo Memorial da Casa, em parceria com o SESC Campestre, Associação Beneficente dos Funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre – ABECAPA; Grêmio Esportivo Câmara de Porto Alegre – GECAPA; e CTG Maurício Sirotsky Sobrinho. Ainda foram registradas as presenças de filhos de funcionários e de Vereadores deste Legislativo, em visitação à exposição “História dos Brinquedos: brinquedos, jogos e brincadeiras no imaginário infantil (1890-1940)”, realizada na Sala Adel Carvalho. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib explicou os motivos de seu não-comparecimento na Sessão Ordinária do dia onze de outubro do corrente, contestando o pronunciamento do Vereador Guilherme Barbosa, em relação ao assunto. Também, chamou a atenção para a relevância da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 047/04, que estima e fixa receita e despesa do Município de Porto Alegre para o exercício de dois mil e cinco. Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº 402/04 (Processo nº 4951/04), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que se ausentará do Município, das sete às vinte e duas horas e quarenta minutos do dia quinze de outubro do corrente, quando participará de audiência com o Senhor Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos, Presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – INFRAERO, a ser realizada em Brasília – DF. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve, em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo n° 047/04, discutido pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, João Antonio Dib, Guilherme Barbosa, Luiz Braz, João Carlos Nedel e Reginaldo Pujol. Às dezessete horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor 1º Secretário e pela Senhora Presidenta.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão. O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a inversão da ordem dos trabalhos para que possamos, de imediato, entrar no período de Grande Expediente e prestar a homenagem à Empresa Goldsztein S/A. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje este período é destinado a assinalar o transcurso do 30º aniversário da Empresa Goldsztein S/A Administração e Incorporações, nos termos do Requerimento nº 136/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

Convidamos para compor a Mesa o Sr. Sérgio Goldsztein, Diretor-Presidente da Empresa Goldsztein S.A. Administração e Incorporações; o Sr. Ricardo Sessêgolo e o Sr. Fernando Goldsztein, Diretores da Empresa; demais dirigentes, engenheiros, arquitetos e funcionários da referida Empresa.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre neste ato, Ver. Elói Guimarães, e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O carniceiro Hitler chegava ao poder na Alemanha, e os judeus viam suas vidas ameaçadas e tiradas. Abram Goldsztein, mesmo sem dinheiro, arrumou a malinha, botou o pé na estrada e deixou para trás uma vida, uma linda história na sua terra, amada profundamente por ele. Abram se perguntava: “Para onde ir?” E a Riwka lhe acenou aqui do Brasil, para que ele viesse para cá. O sangue de irmão latejava no mesmo sentido, e Abram veio. Chegando ao Brasil, sem falar bulhufas de português, Abram foi exercer a sua profissão: alfaiate. Passando algum tempo, um novo amigo lhe colocou no ramo de vendedor ambulante - no meu Paraná, nós chamávamos de mascate -, e o Abram era um mascate cheio de vida, com saudade da sua Polônia, mas já com o coração perfeitamente fechado com as coisas da nossa terra. Ele comprava tecidos na Rua Voluntários da Pátria e os vendia de porta em porta.

Mas a vida do Seu Abram já preparava, através do Brasil, um outro grande lance em terras brasileiras: ele se enamorou de Paulina - e que amor! -, casaram-se e foram felizes. O novo casal abriu uma lojinha de confecção no bairro Bom Fim; da lojinha para uma pequena fábrica, foi num piscar de olhos. Abram e Paulina, com fé e disposição para o trabalho, aumentaram a Diretoria da empresa que surgia: o seu sobrinho, Josef Kleiman, mais conhecido por Chier, grande Chier, o único parente dele que sobrevivera à II Guerra Mundial, recém-chegado ao Brasil, foi trabalhar com o tio.

E aquele trio que ainda experimentava, vez que outra, no mais profundo do ser, os sentimentos dos horrores de uma guerra que os havia afastado de sua pátria amada, firmes na fé e no trabalho, promoveram o surgimento do primeiro grande sucesso dos Goldsztein: a Loja Wolens. A Loja Wolens escreveu a sua história com uma rede de lojas de confecções de roupa, um sucesso do Abram, do Josef, o Chier, e da Paulina. E Abram já havia caprichado, e, no fruto do seu amor com Paulina, a história dos Goldsztein vai marcar mais um golaço com a posse do filho Sérgio no cargo maior da Empresa. A Wolens Magazine brilhava espetacularmente na esquina da Av. Alberto Bins com a Rua Pinto Bandeira. É o filho junto ao pai, dando seqüência à história. Inverteram-se os números na história que justifica esta homenagem aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre: o ano de 1937, quando Abram chegou aqui com 24 anos, foi invertido e surgiu o ano de 1973, e vai chegando na metade essa bonita história de vida e de sucesso.

Em 1973, um empresário das Lojas Riachuelo procura a Diretoria da Wolens dizendo-se interessado em comprar a Empresa. O Sérgio e o pai fazem a proposta e vendem a Wolens. Começa a surgir no horizonte imobiliário de Porto Alegre aquela que, em 30 anos, seria uma das maiores incorporadoras, reconhecida pela sempre respeitável Sinduscon, com prêmios em 1989 e, depois, em 1994, 1997, 1998, 1999 e 2001, um reconhecimento ao trabalho altamente profissional e de credibilidade no ramo imobiliário da homenageada de hoje na Casa do Povo de Porto Alegre.

Nós estamos agradecendo, em nome do povo de Porto Alegre, o muito que a Empresa Goldsztein fez e fará pelo desenvolvimento da nossa Capital, a Capital de todos os gaúchos. Eu não gosto de usar todos os minutos que temos em Grande Expediente, mas hoje acho que posso enumerar aqui alguns feitos imobiliários da Goldsztein, sem contrariar o meu ponto de vista: 1975, o Edifício La Spezia, na Av. Carlos Gomes, está lá, parece novo; 1976, Centro Profissional Albert Einstein, na esquina da Rua Mostardeiro com a Mariante. Aquela sementinha plantada pelo Abram e Paulina, no distante 1950, no Bom Fim, foi crescendo e surgiram empreendimentos imobiliários que indiscutivelmente apresentam bom gosto, acompanhando seriamente a evolução das grandes incorporadoras do mundo: Jardim do Salso I; Hotel Center Park; Hipermercado Big, aquele gigante da Av. Sertório; o Mac Donalds da Av. Protásio Alves com a Av. Carlos Gomes e mais dois; e corria o ano de 1990. Em 1993, a Goldsztein inovou, criando um novo conceito de morar: Villaggio di Firenze, parceria com a Rossi Residencial de São Paulo, lançou o Plano 100, um sucesso absoluto.

A Goldsztein não pára de crescer e de acompanhar a tecnologia que chega também no ramo imobiliário, criando conceitos de Primeiro Mundo para os apartamentos que são construídos por todos os cantos da Cidade. A Empresa que hoje recebe esta homenagem não vive apenas de projetos imobiliários, não vive só de negócios; seus dirigentes têm a visão de futuro de que é preciso amparo a segmentos sociais, a fim de que, aos poucos, possamos diminuir a diferença brutal que existe em nossas camadas da população. E por isso a Goldsztein intensifica suas ações na área social; o Amparo Santa Cruz foi o primeiro a receber a atenção e o carinho da família, atendendo idosos e crianças carentes. A Goldsztein é aquela lojinha que um dia nasceu na Av. Osvaldo Aranha e que hoje se transformou neste orgulho de potência imobiliária. Ninguém segura o sonho do Abram. A Incorporadora Goldsztein lançou, em julho de 2002, o Life Square Higienópolis, o maior sucesso de sua história, com área condominial de lazer incomparável na Cidade. Em parceria com o Sesi, formou a primeira turma de operários nos níveis de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental, entendendo que a educação é o alicerce para a construção de um povo com firmeza e oportunidades iguais.

Perdoem-me por ter me alongado nesta homenagem; para falar de uma empresa como a Goldsztein é preciso tempo, e não posso esquecer que o trabalho desenvolvido pelo Sérgio, o pai e os colaboradores desta Incorporadora rendeu, em 2003 e 2004, o Top Ser Humano concedido pela ABRH-RS. Vocês acabam de conhecer um pouquinho só dessa linda história que começou por causa do Hitler no longínquo 1937, no século passado. Riwka, irmã do Abram, é a grande responsável por possuirmos, no Rio Grande do Sul, uma Empresa com esse porte, pois, ao deixar a sua pátria amada, a Polônia, a família Goldsztein escolheu a terra brasileira para aqui realizar os seus sonhos interrompidos pela guerra do outro lado do mar.

Goldsztein, 30 anos, mudando sempre, acompanhando a evolução dos tempos e embelezando Porto Alegre com suas obras, que, além de oferecer conforto, segurança e o bem morar, dão brilho à Cidade e enaltecem os seus profissionais, fazem o saudoso Abram, que está conosco neste momento em outras dimensões do espaço, orgulhoso por saber que o Sérgio prosseguiu com a obra do sonhador: naquele ano de 1937, com saudade de sua pátria, Abram buscou forças no amor que nasceu em seu coração ao conhecer e escolher o nosso Brasil como segunda pátria amada e idolatrada.

Para finalizar, agradeço ao Ricardo Genro Jornada, homem que é o responsável por hoje eu poder dizer que, através da política, pude conhecer a vida e a obra de Abram Goldsztein. Muito obrigado.

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Srªs Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Para uma empresa chegar a 30 anos de trabalho, realmente hoje no Brasil é um grande marco; agora, uma empresa chegar com tamanha qualidade na prestação de serviços é uma honra para uma cidade como Porto Alegre, e eu sou testemunha da qualidade dos serviços das construções realizadas pela Goldsztein. Ainda há uns dois ou três meses, estive conversando com um proprietário de um apartamento construído pela Goldsztein, e ele dizia maravilhado: “Eu nunca vi coisa igual. O engenheiro da obra telefonou para a minha residência convidando-me para conhecer o meu apartamento. E eu fiquei impressionado. Ele me recebeu, encaminhou-me ao apartamento e, com um manual, foi-me explicando.” Esse manual continha a especificação do material de construção usado na obra, Ver. Haroldo. Tinha uma espécie de mapa, com todas as localizações das instalações: hidráulicas, elétricas, de telefonia e de som. Ele me disse: “Eu nunca tinha visto isso.” Estava maravilhado com a apresentação e com os detalhes da planta do seu apartamento e com o manual de funcionamento. Eu não sabia que isso existia no Brasil. Imaginava que existisse em outro país mais adiantado, mas fui testemunha da declaração de um feliz proprietário que recebia, naquela hora, o seu apartamento. Ver um serviço bem prestado nos dá muita alegria.

Um dos primeiros contatos que tive com a Goldsztein foi quando a Direção do Amparo Santa Cruz me convidou para reinaugurar um prédio - Ver. Besson, V. Exª que trabalha muito lá no Amparo Santa Cruz -, aquele último prédio, lá nos fundos, que servia de asilo para idosos. Estava em péssimas condições, e eu sou testemunha, porque já tinha contato anterior com o Amparo Santa Cruz, e vi, lá, a obra espetacular realizada. Aqueles senhores e senhoras idosas estavam recebendo uma obra na qual ficavam orgulhosos de residir, porque o prédio foi totalmente reformado, atualizado, modernizado, totalmente às custas da obra social da Goldsztein S/A. Foi o meu primeiro impacto: “Puxa, realmente, preocuparam-se com os idosos!” E a Goldsztein estava lá com o Sérgio, seus familiares, sua esposa, seu filho, recordo-me muito bem; e foi um grande impacto ver uma empresa de não-católicos auxiliando uma entidade de sacerdotes orionitas católicos, isso é muito importante. Aliás, já temos um outro exemplo aqui em Porto Alegre, não da Goldsztein, mas lá do Asilo Padre Cacique, entidade católica que é dirigida por uma pessoa não-católica, o Sr. Gildo Milman, que faz uma espetacular administração.

Ainda dentro deste assunto social, eu tive contato com a Restinga, que precisa de mão-de-obra adequada, de treinamento de mão-de-obra, e lá estava a Goldsztein, mais uma vez, em acordo, em parceria com a Prefeitura, fazendo um trabalho de formação de mão-de-obra, formando pedreiros com habilitação adequada para dar maior qualidade às obras em geral.

Também vi, recentemente, na televisão, um programa mostrando que a Goldsztein dá atendimento aos funcionários das obras, os quais recebem lazer, televisão, mesa de pingue-pongue, refeitório e banheiros adequados, porque banheiro de obra é sempre uma dificuldade; com isso pude ver como são tratados os funcionários que ajudam a construir obras em Porto Alegre. Também os seus funcionários nos seus escritórios são pessoas qualificadas, pessoas bem treinadas, todos de bem com a vida. E aí vejo os meus amigos lá da Predial Leindecker, vejo a honra que vocês têm de comercializar produtos da Goldsztein S. A.

Então, meus caros, em nome deste Vereador, do Ver. João Antonio Dib e do Ver. Beto Moesch - o nosso grande Líder Ver. Pedro Américo Leal irá falar em seguida -, recebam os nossos cumprimentos e os nossos parabéns. Porto Alegre sente-se honrada em sediar esta Empresa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª Maristela Maffei.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer que também falo em nome da Verª Helena Bonumá, da nossa Bancada.

Estou em Porto Alegre - eu não sou gaúcho - há 28 anos. De certa maneira, como Engenheiro Civil, venho acompanhando à distância o desempenho e a vida da Goldsztein, que faz 30 anos, portanto um pouquinho além do período em que eu estou na Cidade. Nós que somos do meio sabemos que trabalhar com a construção civil e já ter 30 anos, ter sobrevivido inicialmente, ter crescido e se fortalecido, transformando-se, hoje, numa das principais empresas da nossa Capital, com certeza do nosso Estado, por si só já é uma façanha. Sabemos que a política habitacional e a economia no País têm muitas variações; sobreviver nesse ramo é uma tarefa muito difícil.

Quando da discussão, do acompanhamento, da estruturação do novo Plano Diretor da Cidade, de certa forma, aproximei-me da Direção da Empresa, por intermédio do Fernando, que terminou tendo uma participação muito efetiva na discussão do novo Plano Diretor. E, muitas vezes discordando, muitas vezes combinando, concordando em vários aspectos, nós tivemos vários momentos, por muitos meses aqui, de discussão conjunta. Acredito que construímos, todos, um Plano Diretor que não é de ninguém, é de muitas mãos, um Plano Diretor que avançou sim. Há coisas a corrigir, a melhorar; é um Plano muito mais simples do que o anterior, mas dessa maneira nós tivemos uma aproximação.

Agora, mais recentemente, na tarefa de Secretário de Obras nesta Administração, nós tivemos também vários momentos de contato, porque as nossas Administrações, já há algum tempo, de certa forma exigem - talvez essa não seja a melhor palavra -, negociam com os grandes empreendedores uma contrapartida, na medida em que os grandes empreendimentos terminam causando alguma dificuldade no entorno, no trânsito e assim por diante. E esse procedimento tem sido muito positivo. Claro que, de novo, não concordamos com tudo, há pressão de parte a parte, mas sempre o resultado é positivo. Foi assim no caso da Av. Diário de Notícias, quando da construção daquelas quatro torres, em que há o compromisso de a Empresa alargar o primeiro trecho da Av. Wenceslau Escobar, e também agora, recentemente, no Parque Germânia, que é um empreendimento em conjunto da Empresa Goldsztein e das Máquinas Condor, em que a Cidade vai ganhar, além de um empreendimento importante na Zona Norte, mais um Parque, que era uma carência daquela região. Então, isso tem trazido uma relação importante e muito boa com o Executivo Municipal, e a Cidade, enfim, tem lucrado.

Quero destacar a importância da Empresa nos seus 30 anos. Bisbilhotando um pouco na página da Empresa na Internet, hoje de manhã, nós vimos que, nesses 30 anos, a Empresa Goldsztein já tem no seu plantel 27 prêmios. Isso é uma coisa absolutamente importante de ser destacada, além dos recentes Certificados de Qualidade e Gerenciamento. Portanto, nós estamos falando, sim, de uma Empresa de qualidade, de uma Empresa que cresceu. E, como disse o Ver. João Carlos Nedel, eu também conheço pessoas que adquiriram imóveis da Construtora e que se demonstram satisfeitas com o seu investimento. Portanto, isso é resultado de um trabalho duro e de qualidade.

Como se isso não bastasse, também para nós é muito importante esse outro aspecto destacado pelo Ver. João Carlos Nedel, que é o da preocupação social. E, de novo, há uma relação com a Prefeitura, que encaminha jovens carentes para que sejam treinados, aprendam um ofício na Empresa Goldsztein, portanto com a capacidade, depois, de disputar uma colocação no mercado de trabalho.

Por todas essas razões, é com satisfação que vimos cumprimentar a Empresa Goldsztein por esses 30 anos, desejando, em meu nome e em nome também da Verª Helena Bonumá, que se repitam várias vezes 30 anos. Muito obrigado. Um abraço. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Haroldo de Souza, V. Exª teve uma boa e importante idéia, merece o nosso reconhecimento pela coragem de homenagear aqui a Goldsztein, esta Empresa do ramo imobiliário que é referência não só para o nosso Estado, mas, com muito orgulho, para nós, gaúchos; é uma marca e uma referência nacional. E é óbvio que falar da Goldsztein impõe a todos a lembrança do Sr. Abram. E o Sérgio, como grande timoneiro desse extraordinário empreendimento, comentava, há algum tempo, sobre as oscilações, sobre as dificuldades do processo da construção civil que ocorrem muitas vezes no nosso País. Eu nunca esqueci uma coisa que ele me disse há alguns anos: “Eu quero te dizer, Isaac, que aprendi com o meu pai que a gente faz negócios com firmeza e com os pés no chão. Por isso nós conseguimos atravessar os momentos difíceis”. E é essa a referência da solidez de uma atividade empresarial que eu entendo ser a mais nacional de todas. É a que tem a presença da marca - até quase poderíamos dizer - local. Esse é o perfil, na área da construção civil, que nós sempre identificamos.

Hoje, quando esta Casa Legislativa da cidade de Porto Alegre se reúne e abre um espaço nos seus tempos regimentais para prestar uma homenagem à Empresa Goldsztein, nós nos associamos a ela pelo valor de seus empreendedores, pelo reconhecimento da solidez, da seriedade, da referência, do exemplo que significa para a sociedade porto-alegrense e gaúcha, pelo tipo de trabalho que eles realizam, com humildade, com silêncio, mas com muita determinação, com muita valorização, como aqui foi dito, do recurso humano. E a Empresa Goldsztein é, sobretudo, a soma da sensibilidade aos compreender o mercado e aquilo que os seus compradores, os seus fregueses, em última análise, querem. E ela responde a isso com muita competência, com qualidade, com seriedade, num ramo que impõe como fundamental que se estabeleça, sobretudo na área da incorporação, a confiança, a fidúcia.

Por isso eu não só interpreto o meu sentimento - o qual não poderia deixar de manifestar neste momento, quando o Sérgio, o Fernando, o Ricardo, os grandes tocadores e timoneiros deste empreendimento, aqui se encontram presentes -, em nome do meu Partido, como faço essa referência especial também em nome dos Vereadores Ervino Besson, João Bosco Vaz, Nereu D’Avila e Dr. Goulart, embora o Nereu disponha de tempo e vá, com a ligação, com o afeto e o reconhecimento que tem por esta Empresa, se manifestar nesta tribuna.

Parabéns ao Sérgio, ao Ricardo, ao Fernando. Vida longa a esse trabalho, a esse empreendimento extraordinário que orgulha a todos nós gaúchos. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu não pretendo ocupar os oito minutos, porque acho que, em menor tempo, se pode cumprir o objetivo que nos traz à tribuna. A par do que os colegas já falaram, nós queremos traduzir toda a felicidade que a cidade de Porto Alegre tem em possuir esta Empresa de 30 anos de existência, principalmente pelo seu quadro de funcionários, pela sua estrutura e pela liderança de um cidadão do porte de Sérgio Goldsztein.

Eu gostaria apenas de acrescentar que nada é de graça neste mundo, todas as coisas têm antecedentes, advêm de exemplos, advêm de uma cultura em relação à proposta ou da família, como é o caso da Goldsztein, ou de um longo percurso numa determinada área. Eu peço licença para dizer que o exemplo que adveio de Abram Goldsztein foi, com grande competência, seguido pelo Sérgio e pelo Fernando, pela família, pelos administradores. Eu lembro - e fui contemporâneo do Sérgio, no IPA, em anos da nossa juventude - que na Av. Alberto Bins, na Wolens Magazine, o trabalhador Abram Goldsztein, com afinco, vendia as suas mercadorias para a minha mãe, que tinha uma loja de modas em Soledade, no Interior. E eu, então, estudava interno no IPA e acompanhava a minha mãe nas suas compras na Av. Alberto Bins. E ficava por ali, menino ainda, apreciando o Sr. Abram Goldsztein dirigindo aquela Wolens Magazine, famosa loja daquela época. Então, a idéia que ficou na minha cabeça é sempre de trabalho, sempre de perseverança, que os filhos, e agora os netos, herdaram de Abram Goldsztein, ou seja, esses enfoques profissionais que já foram ressaltados sobejamente pelos meus colegas a respeito da competência e do que representa a Empresa nos seus 30 anos de existência. Eu estou enfocando também que nada é de graça, que tudo tem um fundamento. E, naturalmente, o trabalho e a consecução dos objetivos a que se propõe a Empresa já estão nos ancestrais da família.

Eu queria ressaltar também que, hoje, Sérgio Goldsztein é um dos homens mais poderosos da Cidade. A Goldsztein hoje, sem nenhum favor a empreendimentos imobiliários, domina a cidade de Porto Alegre e já está se entranhando pelo Interior. No entanto, Sérgio Goldsztein ainda se mantém aquela figura afável, uma figura compreensiva, humana, que multiplica o rol dos seus amigos. E aqueles que convivem com ele sabem o quanto é bom dialogar com um homem que, poderoso economicamente, poderoso socialmente, mantém sempre aquele carinho com seus amigos, com seus conhecidos. Nós, aqui, que o digamos.

Saiu da tribuna o Ver. Guilherme Barbosa, do Partido dos Trabalhadores, que poderia por “n” motivos, até pela ideologia do Partido, ter qualquer... Evidentemente, não se manifestaria por educação, e veio à tribuna verbalizar - ele que engenheiro é - a competência, carimbando a Empresa com uma palavra que não é de uma corrente de pensamento, mas que representa o profissionalismo da Empresa. Eu trago o acréscimo do velho Abram, do Sérgio, que são figuras que a Cidade se orgulha de ter. É claro que andam paralelas, a figura humana de Sérgio, na liderança da Goldsztein... No setor imobiliário, a liderança não é só da Goldsztein, mas o Sérgio hoje tem abrangência em toda a questão imobiliária da Cidade, isso é inegável.

É louvável que aquelas pessoas que atingem status, que se elevam e se realizam, não só profissional, mas financeira e economicamente, sejam admiradas, como eu estou testemunhando publicamente. E tenho ouvido isso não só dos meus colegas aqui na Câmara, mas de inúmeras outras pessoas aí fora, de outros ramos de negócios que também admiram a figura afável de Sérgio Goldsztein.

Portanto, eu creio que o Ver. Haroldo de Souza foi muito feliz em não deixar que se passassem os 30 anos de serviços prestados pela Goldsztein Administração e Incorporações em branco. Mas eu diria que não são 30, porque, acrescentando os longos anos de Abram Goldsztein na Wolens Magazine, de trabalhados à cidade de Porto Alegre, lá se vão, quem sabe, 60 anos, 70 anos, desde que a família veio lá de longe, como muitas outras, e se incorporou à cidade de Porto Alegre. De modo que nós, aqui, que representamos o conjunto da sociedade porto-alegrense, não poderemos deixar de festejar o ensejo dos 30 anos da Empresa, a convivência amistosa, inclusive colaboradora, como disse muito bem o Ver. Guilherme Barbosa. Pode-se divergir, isso faz parte do processo, acho até que democracia é isso. Nós lutamos nos tempos de chumbo para chegarmos hoje assim: divergir, às vezes até com intensidade, porque o contraditório é que fortalece a democracia. Agora, sem sombra de dúvidas, a colaboração... É claro que sob o ponto de vista da Empresa e dos Goldsztein... Inclusive discutimos, muitas vezes, aqui, em relação à própria consecução do Plano Diretor, que aliás ainda está em discussão.

Portanto, quero trazer, ratificando o que os meus colegas disseram, esta oportunidade de, festejando 30 anos, colocar a Empresa no seu patamar, que ela obteve sem favores, com competência, com probidade e com denodo. Quero dizer que os seus líderes, aqueles que tocam a Empresa, aqueles que são os seus motores, são figuras tradicionais e queridas da Cidade, reconhecidos por esta Casa Legislativa, que representa todo o conjunto da sociedade porto-alegrense. Um abraço, felicidades e que tenha longa vida a Goldsztein Administração e Incorporações. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Trinta anos de existência! Abordar esses 30 anos é relatar uma história. Mais uma - dirão uns - desses indômitos e admiráveis imigrantes que, desafiando o próprio destino, se aventuraram pelos mares em viagens incômodas, às vezes hostis, em busca de um canto para erguerem um lar. É a história de todos os imigrantes que aportaram pelo nosso País e pelas Américas. Onde estão esses homens e mulheres? Foram-se. Esses pioneiros se foram. Vislumbramos suas obras, aquilo que ergueram, Fernando Goldsztein - tu és a terceira geração -, com suas figuras simples, surradas, humildes, mas que, malgrado, levantaram indústrias e firmas. E se foram! Morreram! Por vezes como mascates, mala na mão, sapato de sola gasta, terno desbotado, batendo aqui e ali, às vezes de cabeça baixa. Como não admirá-los?

Busco uma imagem para retratá-los. Rebuscando nos escaninhos da minha memória, pois também andei, não sou daqui, encontro aquela formiguinha que tentava erguer um tijolo, um paralelepípedo, num esforço hercúleo, inusitado! Imaginem chegarem a terras estranhas, com outra língua, outro tipo humano, sem crédito, desconhecidos, e erguerem uma obra como a Goldsztein. A formiga levantou o paralelepípedo, conquistou espaços sem ser conhecida, e a imagem do início que combina com a imagem do hoje. Sem serem conhecidos chegaram a tudo isso. Foi o que se passou com o Abram, o patriarca desbravador que mereceu do amigo Ver. Haroldo de Souza este destaque.

A Goldsztein Administração e Incorporações foi o tal tijolo erguido pela formiga. E a síntese dessa façanha encerra, sem dúvida, momentos tristes, lágrimas, dificuldades, no dizer de Nelson Rodrigues: “A vida como ela é”. Tropeções e dores são os calos da vitória. Observei, nas minhas andanças pelo interior do Estado, no final da década de 60, o que foi a colonização lusa, italiana, a influência polonesa, alemã, o valor que deram ao Estado. E levou o clã dos Goldsztein, iniciado em confecções, a desembocar na firma capitaneada pelo Sérgio, da segunda geração, e também pelo Fernando, da terceira.

Construíram um milhão e duzentos mil metros quadrados, hoje habitados por 25 mil pessoas, entregaram-se aos planos assistenciais, assistência permanente, preocupados em dar lazer, segurança e qualidade de vida aos seus clientes. Voltaram-se para os seus empregados com os olhos sofridos de velhos imigrantes que sofreram e apoiaram-se no social, trazendo, dos canteiros de obras, o apoio dos seus operários, seus soldados em clima de atendimento. Na alimentação e na segurança do trabalho, ali, onde se passa a maior parte do tempo, é importante os olhares do comandante para aquele a quem ele emprega - os seus soldados. Balcões térmicos, atendimento constante, boa comida, boa qualidade de vida são os temperos do bem viver.

Aqui chegamos, e pergunto à Diretoria: e agora? E agora? Quais são os seus planos? Para onde vão? Sonhar? Sonhar sempre! Sim, o sonho é o tempero do viver! Muito obrigado. Felicidades. (Palmas.)

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Srªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu não podia deixar de vir a esta tribuna dar um depoimento. Não vou falar sobre o sucesso da Empresa Goldsztein, porque ele é notório. Eu quero, na realidade, registrar o orgulho que sinto em ser um dos 25 mil clientes desta Empresa. Se houvesse um outro cliente aqui, se ele tivesse oportunidade, também falaria, com muito orgulho, do prazer e da alegria de ser um de seus clientes. Então, venho aqui para dar um outro enfoque e dizer que, todos os dias, após encerrar os trabalhos como Parlamentar aqui, eu atendo, através de uma instituição chamada Projeto Vida e Saúde, jovens que se afundaram ou se afundam no mundo das drogas. Os moradores sabem que certamente eu sou um dos últimos a encostar o carro na garagem, tarde da noite, o ano inteiro, e, quando encosto o carro na garagem e desço a rampa, eu digo assim: “Que bom que existe essa empresa!” Ao chegar em casa, eu, que vim de uma família humilde, que sempre sonhei em ter um cantinho apropriado, aconchegante, gostoso, uma “batcaverna”, para a gente ali refazer as forças e energias, agradeço a Deus quando encosto o carro e, cansado, chego em casa. Eu olho, do oitavo andar, no dia seguinte, com o sol entrando por todas as janelas, uma parte do Guaíba e fico pensando: “Como esses engenheiros, nessa empresa, tiveram a sabedoria de fazer tudo com amor!” E eu posso dizer isso com propriedade, porque moro num desses apartamentos, acho que Porto Alegre, o Estado e o Brasil ganharam muito com uma Empresa como esta, porque ela traz qualidade de vida: onde se mora, como se mora, a posição em relação ao sol, a ventilação, a estética, a beleza, os jardins, como tudo é distribuído, a parte da engenharia, os arquitetos. Isso tudo tem a ver com qualidade de vida. E Empresa trouxe qualidade de vida ao nosso Estado. Eu quero dizer que tenho muito mais força para trabalhar, tenho muito mais energia por ser um cliente, porque - fazendo uma analogia, não menosprezando outras empresas - sentimos como tudo foi feito com carinho, e não só a estrutura de pedra, de ferro, de cimento e de areia, não. Eu me refiro também à forma como todos os profissionais atendem; mesmo depois de terem vendido, vemos o carinho, a forma como a Empresa continua tratando todos os seus clientes. Eu tenho o privilégio de ser um dos 25 mil clientes e quero dizer que estou muito feliz.

Esta Empresa contribui muito para o embelezamento da Cidade, para a alegria, para a qualidade de vida da Cidade, gerando emprego, gerando renda, tributos, por intermédio de um mercado formal, que gera mais segurança por meio dos tributos que paga, mais educação e mais saúde. O que seria de Porto Alegre se tirassem todos os tributos que esta Empresa paga todos os anos? E eu sei que é uma montanha, o quanto contribui para os cofres públicos, a fim de que se tenha mais dinheiro para mais asfalto, mais viaduto, mais educação, mais emprego e mais saúde. Se tirássemos esta Empresa, com certeza, a qualidade de vida em todos os níveis, em todos os aspectos, cairia consideravelmente.

Os meus parabéns para os senhores, para essa equipe maravilhosa. Desejo do fundo do coração que Deus os abençoe, que os senhores continuem por muitos e muitos anos, que isso seja estendido aos filhos, aos netos. Esta Casa presta este tributo. O nosso Ver. Haroldo de Souza está de parabéns por ser o proponente desta homenagem aos 30 anos desta Empresa que presta um relevante serviço para Porto Alegre, para o Estado e para este País. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Dr. Sérgio, quero aproveitar este momento para dizer o seguinte: eu acho que a construção civil no Brasil, num País que tem um índice de desemprego monumental como o nosso, cumpre um papel altamente relevante. A melhor inclusão social de um país, de uma cidade, de um Estado não é dar cesta de graça para ninguém, não é fazer paternalismo, é produzir, atrair investimentos e dar empregos para que as pessoas vivam com dignidade. E a construção civil, indiscutivelmente, a cadeia produtiva da construção civil é muito ampla, porque, quando eu produzo cimento, isso tem a ver com a construção civil; quando eu produzo a madeira, isso tem a ver com a construção civil; quando eu tiro a pedra de lá, distante tantos quilômetros para chegar à Cidade, isso tem a ver com a cadeia da construção civil; quando a olaria produz, isso tem a ver com a cadeia da construção civil. No somatório desse bolo, do PIB brasileiro, a construção civil tem-se firmado, apesar de “aos trancos e barrancos”, apesar de não termos hoje uma linha de financiamento de forma ordinária neste País. Não é neste Governo. Não se faça injustiça com este Governo. Os Governos da velha, da nova e da histórica República nunca tiveram uma política habitacional. Faça-se justiça: acho que o BNH foi bem concebido e mal administrado. Ali as pessoas tinham a expectativa de se inscreverem para, um dia, terem uma moradia, Ver. Elias Vidal.

V. Exª pode ter a sua moradia, eu pude ter a minha moradia, mas há milhares de pessoas neste País que não têm moradia, que não têm perspectiva de ter moradia. Então, quando homenageamos uma Empresa desse quilate, desse destaque, fazemos uma reflexão maior. É evidente que esta Empresa cumpre o seu papel nesta Cidade, neste Estado, neste País e contribui, sim, para o desenvolvimento de Porto Alegre. Não haverá uma cidade de Porto Alegre mais fortalecida se não houver empresas mais fortalecidas. E acho, sim, que a relação do Poder Público local com a construção civil precisa ser cada vez mais qualificada.

Nós estamos discutindo agora um Plano Diretor, alguém disse aqui, acho que foi o Ver. Nereu, que temos divergências, e eu acho ótimo. Eu sou daqueles que pensam que só nos qualificamos na divergência, Ver. Nereu; nós não nos qualificamos no amém, nós não nos qualificamos quando achamos que tudo está certo. Na divergência respeitosa é que uma cidade, é que uma Casa Legislativa, é que um Poder Público, é que uma Prefeitura e as suas empresas se qualificam; salvo melhor juízo, eu não conheço nenhum empresário que não queira o bem da sua cidade. É evidente que há divergências de enfoques, isso é natural. Há alguns que querem mais preservação ambiental, outros querem menos; uns querem mais preservação cultural, outros menos. E é desse debate que se forma um conjunto de ações que o Poder Público, empreendedores e controle social constroem a vida da cidade.

Venho a esta tribuna, usando o tempo de Comunicação de Líder, para saudar a iniciativa do meu colega, Ver. Haroldo de Souza, e registrar também, somando-me a todos os demais Vereadores, os nossos cumprimentos por essa extraordinária caminhada de quem recém está começando. Trinta anos são um espaço de tempo muito curto para uma empresa que tem o know-how da Goldsztein, há muita coisa que esta Cidade, que este País, que este Estado esperam desta Empresa. Portanto, esta homenagem é para iniciar a caminhada, porque, com certeza, nós e outros Vereadores aqui nesta Câmara, daqui a trinta, quarenta anos, estaremos fazendo mais homenagens, com mais méritos a esta grande Empresa. Recebam a nossa saudação e nosso abraço.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srªs Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em conjunto com o Ver. Cláudio Sebenelo, Líder do PSDB, e o Ver. Luiz Braz, combinamos que eu usaria da palavra em nome das duas Bancadas, até porque é natural que uma Empresa como a Goldsztein mereça ser homenageada por todos os Vereadores da Casa, o que tornaria a nossa Sessão muito prolongada, e, evidentemente, não é nosso objetivo reter por tanto tempo os diretores desta Empresa, a qual tem de continuar produzindo para alcançar os seus objetivos.

No seu pronunciamento, o Ver. Pedro Américo Leal já se referiu, com muita propriedade, à história da Empresa, que tem uma vinculação com seu patriarca, com o seu fundador, com aquele jovem que, em 1937, se deslocava para o Brasil trazendo, na sua bagagem, muitos sonhos, muitas expectativas e que acabou constituindo uma sólida família e uma grande Empresa, que hoje festeja os seus 30 anos.

Os colegas que me antecederam também já se referiram às inúmeras premiações de destaque que a Empresa vem conquistando desde 1989, quando foi considerada a Incorporadora do Ano e recebeu a primeira edição do Prêmio Sinduscon.

Falou-se também, com muita ênfase, nos compromissos sociais desta Empresa, desde o seu engajamento na escola de alfabetização, aos planos de saúde mantidos, a sua ação na área da Segurança e Medicina do Trabalho, na parceria com o Sesi, na escola de alfabetização e complementação do Ensino Fundamental, na Escola Interna de Formação Profissional, no Projeto Construção Civil para Cidadania, na reciclagem do lixo, até na construção e orientação de parques e praças, muitas das quais são uma verdadeira referência na cidade de Porto Alegre. É o caso concreto do Parque Marcos Rubin, lá na Zona Leste de Porto Alegre, no Jardim Itália, uma referência e um exemplo apresentado como política de desenvolvimento urbano inteligente e ocupação espacial adequado na cidade de Porto Alegre.

Esta Empresa, que tem como lema “Construir Novos Espaços de Vida”, principal foco da sua atração, é a nossa homenageada no dia de hoje. E eu sinto-me muito feliz de poder nesta hora falar não só em meu nome, mas em nome do Ver. Sebenelo, do Ver. Luiz Braz, com os quais comungamos os mesmos objetivos; feliz de poder falar de uma Empresa, especialmente na área de construção civil, que sobrevive há 30 anos na cidade de Porto Alegre, que construiu 7.200 imóveis, mais de um milhão de metros quadrados de empreendimentos imobiliários, uma Empresa que consegue sobreviver neste País que extinguiu o BNH, que não tem política habitacional, uma Empresa que viu, especialmente em uma Cidade, em um Estado, num determinado ano trágico, duas entidades de crédito imobiliário serem sacrificadas, serem imoladas, em que sucumbiram uma centena de empresas.

Nós temos hoje a alegria de festejarmos os 30 anos da Goldsztein, pioneira, que inclusive se prepara para o maior lançamento de toda a sua história: o Parque Germânia, uma concepção maravilhosa de ocupação do espaço que muito me gratifica pessoalmente, muito gratifica esta Casa, porque é a colocação na prática das idéias evoluídas que nós plantamos no Plano Diretor. O Parque Germânia é um projeto que vai comprometer com edificações, Ver. Barbosa - e V. Exª sabe muito bem disso porque o examinou exaustivamente -, tão-somente 10% da sua extensão, vai deixar metade da área de domínio público para que seja utilizada num parque, nas ruas, enfim em todo aquele processo de excelente ocupação espacial. Então, eu homenageio esta Empresa com orgulho, eu sou um torcedor da Goldsztein, eu vejo felicidade nas pessoas que vão morar nos seus prédios.

Quando eu compareço às inaugurações, vejo felizes os compradores daqueles imóveis, porque sempre há uma equipe técnica e inteligente que sabe planejar bem a ocupação do terreno e, sobretudo, sabe compreender aquelas necessidades que o mercado têm de se adaptar com as exigências da sociedade, no que diz respeito à preservação ambiental e à boa distribuição espacial dos prédios da Cidade. Por isso, meus caros Sérgio e Ricardo, eu tenho a honra de, em nome do PFL e do PSDB, trazer o meu aplauso, entoar em conjunto com a Casa os parabéns a vocês, porque vocês merecem, é esse tipo de empresa e de empresário que fazem parte do nosso ideário político. Não há como se construir uma Cidade, não há como se construir um Estado, não há como se construir um País se não houver empresas sólidas, competentemente administradas com responsabilidade social, com espírito solidário e, sobretudo, com amor por aquilo que se faz.

Eu tenho certeza de que o Sr. Abram, que veio aqui para o Brasil repleto de sonhos, onde estiver, está muito feliz porque sabe que seus descendentes, os seus filhos, seus netos, aqueles que se agregaram à sua família, construíram aqui em Porto Alegre - a cidade que ele escolheu para morar - praticamente uma nova Cidade. Os 7.200 imóveis construídos pela Goldsztein representam mais do que aquilo que 200 Municípios possuem em termos de edificação urbana no Estado do Rio Grande do Sul - mais da metade das cidades do Rio Grande do Sul não têm 7.200 imóveis -, construíram um milhão e duzentos mil metros quadrados. Isso a Goldsztein fez aqui em Porto Alegre, fez com amor, fez com solidariedade, fez com espírito empreendedor, fez cumprindo desideratos, efetivamente na prática de levar avante o seu projeto e o seu propósito de construir novos espaços de vida; grandes espaços de vida construiu a Goldsztein. Ela certamente vai continuar, e eu espero que, daqui a alguns anos, nós e os que nos sucederem, mais uma vez, estejamos aplaudindo esta Empresa que, cada vez mais, se solidifica no Rio Grande do Sul, estejamos dizendo: “Meus cumprimentos, Sérgio; meus cumprimentos, Ricardo; meus cumprimentos à equipe da Goldsztein.” Esta é a Empresa responsável, socialmente adequada à realidade da Cidade, e nós, os Vereadores que defendemos a livre empresa, nos rejubilamos de ver esses 30 anos de vitória e de sucesso. Meus cumprimentos. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol foi o último inscrito no Grande Expediente para homenagear a Empresa Goldsztein.

Neste momento, convidamos o Sr. Sérgio Goldsztein, Diretor-Presidente da Empresa, para fazer o seu pronunciamento.

 

O SR. SÉRGIO GOLDSZTEIN: Amigos Vereadores e Vereadoras, Srª Presidenta, demais funcionários desta Casa, meus colegas de Diretoria, nossa equipe, nossos colaboradores que estão aqui em grande número, estou muito emocionado hoje, bastante emocionado. Além de não ter o dom da palavra, os nove Vereadores que me antecederam disseram quase tudo o que eu tinha a dizer sobre a Empresa. Mas eu quero agradecer, em meu nome e em nome de toda a nossa Diretoria, por este Grande Expediente em homenagem aos nossos 30 anos.

A Goldsztein sempre teve uma relação muito próxima com esta Casa; em todas as Legislaturas, sempre teve uma relação muito próxima. Quase todos os Vereadores são meus conhecidos, meus amigos. Nós convidamos todos vocês, sempre, para os nossos coquetéis de entrega de prédios, todos os Vereadores, e temos tido uma presença constante de V. Exªs nesses eventos, nos últimos anos, porque nós também acreditamos que, por meio de cada edifício, de cada imóvel que entregamos a cada morador que vai morar num prédio nosso, nós estamos construindo a Cidade. Então, nós queremos que, nessas entregas, os representantes desta Cidade, que são vocês, compareçam. E temos tido a felicidade de sempre haver um grande número de Vereadores comparecendo aos nossos coquetéis. Isso nos aproximou muito desta Casa.

Sem dúvida nenhuma, não é fácil ser empresário e, principalmente, não é fácil ser incorporador neste País e em Porto Alegre. Talvez seja o reconhecimento dessa dificuldade que os tenha induzido, ou o meu amigo Haroldo, a prestar esta homenagem. Mas, apesar de todas as dificuldades - em outras épocas, como já foi dito por diversos Vereadores, juntamente com meu pai, nós atuávamos numa outra atividade completamente diferente -, encontramos na indústria da construção civil um desafio. Um desafio constante, um desafio atraente e um desafio motivador.

Iniciamos a nossa atividade em 1974, mudando completamente de ramo e nos aventurando por caminhos nunca dantes navegados por nós. E foram os princípios herdados pelo meu pai, o Sr. Abram Goldsztein, que nos levaram a cruzar esses 30 anos por esses mares, com sucesso, crescendo sempre e nos atualizando. Só retificando um pouco o que disse o Ver. Isaac sobre um dos princípios do Sr. Abram, quando ele dizia: “Cabeça nas nuvens, mas pés no chão.” Foi muito boa a lembrança do Ver. Isaac. Esse foi, efetivamente, um dos grandes princípios que ele nos transmitiu. E esses mesmos princípios, nós, da segunda geração, estamos transferindo ao Fernando, que infelizmente teve que sair porque está se restabelecendo de uma cirurgia - estamos transferindo isso para a terceira geração.

A nossa missão - até isso os Vereadores já falaram, o Ver. Pujol - é e sempre foi construir espaços de vida, e espaços de vida com qualidade. Porém qualidade num lato sensu. Qualidade é muito mais do que um produto bem-feito. Isso é o óbvio. Qualidade é o respeito ao cliente, atendimento acima da obrigação legal; qualidade é respeito ao meio ambiente; qualidade é respeito à sociedade, qualidade é respeito aos vizinhos, qualidade é respeito à Cidade e aos seus representantes, é a satisfação dos acionistas e é a satisfação, principalmente, dos funcionários. E é esse o ponto que eu gostaria de enfatizar aqui, hoje, porque é muito importante. E alguns dos Srs. Vereadores falaram: na satisfação dos funcionários é que está a nossa maior conquista. Ganhamos diversos prêmios nesses 30 anos: seis vezes, Incorporadora do Ano; Destaque Mérito Industrial, Mérito Comercial, ganhamos diversos prêmios; porém foram dois prêmios Top Ser Humano, pela ABRH; o Prêmio Amanco para um Mundo Melhor, que é um prêmio nacional, também em razão do desenvolvimento das pessoas. Nós temos o Dia da Visita, que não é um prêmio, é uma atividade que temos em que todos os funcionários trazem a sua família - mulher e filhos - para passarem um sábado inteiro na obra onde o pai trabalha. Lá eles têm computador, Internet, jogos, brinquedos, churrasco, play-ground, recreacionistas e fazem um tour pela obra, pelo local de trabalho. Gratifica-nos muito esse Dia da Visita. A Escola de Alfabetização da Goldsztein, referida aqui, também é algo que nos gratifica. O Projeto Construção Civil com a Cidadania, que infelizmente não continuou, foi feito há dois anos juntamente com a Prefeitura Municipal, quando tiramos 36 meninos da situação de rua. Naquela ocasião, criamos esse Projeto, no Cais do Porto - uma escola junto com a Secretaria de Educação e a Secretaria de Produção, Indústria e Comércio -, e garantimos o emprego dos 36. Desses meninos, hoje, 22 ou 23 estão trabalhando já há dois anos na Goldsztein.

Porém é o Projeto Construção Solidária que nos enche de orgulho, e não nos cabe aqui descrever todos os projetos, mas o Construção Solidária, por ser a nossa menina-dos-olhos, merece um destaque especial, e é importante que, numa Casa como esta, seja dito isso não como mérito da Goldsztein, porque na realidade é mais mérito dos nossos colaboradores, do nosso pessoal, do que propriamente da Direção da Empresa. Trata-se de um Projeto criado a partir da sugestão de um funcionário nosso, adaptado e melhorado com sugestões de todos os outros funcionários e, evidentemente, com o apoio da Direção. O Projeto Construção Solidária visa à construção ou reforma das residências para os nossos operários de obra. Nós começamos a enxergar que os operários estavam fazendo os prédios e apartamentos na Bela Vista, apartamentos aqui, na Zona Sul e tal, e moravam em casebres, moravam em locais sem as menores condições. Então, o Projeto de Construção Solidária visa à construção ou reforma de residências desses funcionários mais necessitados, ele é em regime de mutirão e inclui não só o pessoal das obras, como também o pessoal do escritório, os fornecedores - a própria Diretoria está lá pintando, nos fins de semana -, e aproximadamente em duas semanas se constrói uma casa digna para o funcionário escolhido de acordo com algumas regras estipuladas no Projeto, regras essas feitas pelos próprios funcionários. Como já falamos, os detalhes, as regras e outras condições do Projeto foram estipulados em comum acordo. E, neste sábado, estaremos entregando mais uma casa do Projeto Construção Solidária. E é mais uma forma de nós criarmos espaços de vida.

A nós, Diretores, coube aproveitar a oportunidade que nos foi dada pelo nosso próprio pessoal de desenvolver essa idéia, e estamos fazendo a nossa parte. Acreditamos firmemente que, se cada um de nós, empresários, desse aos nossos funcionários a oportunidade de eles criarem algo desse tipo e os apoiasse, muitas soluções poderiam advir daí, minimizando graves problemas que enfrentamos no País.

Por tudo isso, quero transferir esta homenagem pela passagem dos 30 anos da Empresa a vocês que estão ali em cima, nossos funcionários, vocês é que merecem os parabéns. Obrigado. (Palmas.)

Quero agradecer, em especial, aos Vereadores Haroldo, Nedel, Guilherme, Isaac Ainhorn, Nereu, Pedro Américo Leal e Elias Vidal, que, além de Vereador, é cliente, ao Ver. Sebastião Melo e ao meu amigo Ver. Pujol. Obrigado a todos vocês. (Palmas.)

 

(Manifestação do Ver. Pedro Américo Leal.)

 

O SR. SÉRGIO GOLDSZTEIN: O Ver. Pedro Américo Leal perguntou-me: "E agora?" Agora está aprovado na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, depois de cinco anos de trabalho, de SMAM, COMAM, Ministério Público, ONGs, o Projeto Germânia. O Projeto Germânia está aprovado na Metroplan também, está no registro de imóveis. Este ano estamos com a licença de implantação e vamos implementar um bairro novo. O pessoal lá da Vila Ipiranga não gosta que se diga que é um bairro novo, porque, efetivamente, não é um bairro novo, vocês é que têm o poder de criar os bairros, não sou eu. Porém, ele é um loteamento dentro de um bairro, com um parque de 15 hectares, adotado pela Goldsztein, pelo Iguatemi, pelo Bourbon, pelos futuros 1.700 moradores que vão morar em volta desse empreendimento.

Eu quero agradecer a esta Câmara de Vereadores, porque ela também teve participação - foi muito bom, Vereador, lembrar-me -, ela proporcionou uma permuta de área com as Máquinas Condor, em que nós deixamos de ter um parque de 7 hectares para ter um parque de 15 hectares, que vai ser todo construído pela empresa e adotado por, no mínimo, dez anos. Então, o nosso futuro é ali. E nós vamos criar muita coisa ali, Vereador, também na área social. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu quero, em nome dos Vereadores e das Vereadoras desta Casa, cumprimentar mais uma vez o Ver. Haroldo de Souza pelo mérito de sua proposta em homenagear os 30 anos da Empresa Goldsztein S. A. Administração e Incorporações. Como muito bem foi dito aqui por todos os Vereadores que se manifestaram, é uma Empresa construtora da cidade de Porto Alegre e que tem um trabalho de grande relevância social. Ao Sr. Sérgio o abraço da Presidência desta Casa; agradeço a presença do Sr. Ricardo Sessêgolo, do Sr. Fernando Goldsztein, de toda a Diretoria, dos funcionários, dos trabalhadores da Empresa que nos honram neste momento na Câmara Municipal de Porto Alegre. Damos por encerrado esta homenagem, no período de Grande Expediente. Obrigada a todos. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h45min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às 15h50min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes, Srªs Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos acompanham no dia de hoje, eu gostaria de tratar de questões relevantes para esta Cidade, assim como a que tratei no dia de ontem, referente ao Parque do Delta do Jacuí. O Governo do Estado, atropelando o Conselho Estadual do Meio Ambiente e todas as entidades ambientalistas deste Estado, extinguiu, por meio de um Decreto - no entender do próprio Ministério Público, um Decreto inconstitucional -, o Parque Delta do Jacuí.

Infelizmente, no dia de ontem, o Ver. Sebastião Melo, de forma destemperada, ofensiva e caluniosa - ele já havia nos provocado em sua manifestação anterior, com acusações infundadas -, dedicou todo o tempo de Liderança do PMDB para atacar-me e para atacar o Partido Comunista do Brasil, caindo no mais baixo, rasteiro e abjeto anticomunismo, rivalizando, em fúria e ódio, os mais cavernosos reacionários. Eu quero dizer ao Ver. Sebastião, o qual não se encontra aqui neste momento, que a sua manifestação me fez lembrar os tempos da ditadura fascista, quando eu enfrentava os algozes do povo. Eu não pretendo abrir uma polêmica com o Ver. Sebastião Melo, agora anticomunista assumido nesta Casa, pois não é esse o terreno - rebaixado e de ataque pessoal - no qual faço política. Só quero colocar alguns pontos nos “is” e dar por encerrado este momento, para mim, tão triste da política nesta Casa.

Primeiro, Vereador, se ontem eu não estava aqui às quatro horas é porque me encontrava numa audiência com o Secretário Edson Silva, da SMIC, acompanhando um conjunto de camelôs do Centro de Porto Alegre que abriam uma negociação para resolver os seus problemas. Só na sua mente este Vereador fugiu algum momento do debate ou da discussão. Talvez V. Exª devesse explicar à população de Porto Alegre por que, naquele dia em que se reunia a Comissão do Plano Diretor para votar o Parecer sobre o Decreto Legislativo que acabava com as áreas culturais, V. Exª desapareceu do plenário. Aí, sim, no momento de uma votação complicada para a Cidade, em que aqui estava o Sinduscon, estava a comunidade, V. Exª disparou. Nunca vai constatar, em nenhuma votação difícil nesta Casa, a ausência deste Vereador.

Segundo, caluniosamente, V. Exª afirma que este Vereador, que lutava contra a ALCA, abandonou essa luta. Desconhece V. Exª os nossos pronunciamentos aqui, os nossos materiais de campanha, em que é clara a posição, seja do PCdoB, seja deste Vereador, de que somos contra a implantação da ALCA no continente latino-americano, por ser a verdadeira recolonização das nossas nações.

E onde estava V. Exª quando o Governo apoiado pelo seu Partido entregava a Companhia Siderúrgica Nacional, entregava as telefônicas, entregava as siderúrgicas e abria caminho para a entrega da Base de Alcântara ao domínio norte-americano? Onde estava V. Exª quando seu Partido, Governo dirigido pelo Sr. Britto, privatizava estradas, privatizava telefonias, privatizava a CEEE? Eu nunca vi a sua eloqüência vazia, a sua oratória demagógica somar-se nesta tribuna para defender o patrimônio da nossa terra. Onde estava V. Exª quando aqui no Governo do Estado o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal cobraram do seu Governo Rigotto 360 milhões de reais que foram retirados da Saúde? E V. Exª é o Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Onde está, até agora, o seu pronunciamento defendendo o Parque Delta do Jacuí, V. Exª que é Presidente da Comissão do Meio Ambiente?

Em suma, Ver. Sebastião Melo, seu discurso é um discurso em defesa da Saúde quando o seu Governo não está implicado; seu discurso é em defesa do Meio Ambiente quando não é o seu Governo que atropela o meio ambiente - e é assim em todos os terrenos -; é em defesa da soberania nacional quando não é o seu Governo Federal ou seu Governo Estadual que está privatizando, que está entregando. E, à “boca pequena”, V. Exª diz: “É, mas eu não concordo.” Mas venha aqui na tribuna e diga que não concorda. A sua oratória, a sua eloqüência é muito demagógica, vazia e incoerente.

Eu quero, portanto, dizer que não mais responderei às diatribes e ataques pessoais, ou ao meu Partido. V. Exª, com esse seu comportamento, realmente, perdeu a minha consideração e perdeu o meu respeito. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª Presidente, eu gostaria de requerer que logo após o Grande Expediente nós entrássemos diretamente na discussão da Pauta Especial.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Guilherme Barbosa, o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, solicitando que entremos no período de Pauta Especial após o encerramento do Grande Expediente.

 

O SR. ERVINO BESSON (Questão de Ordem): Srª Presidenta, eu gostaria que V. Exª pudesse responder ao Plenário se os Vereadores inscritos no período de Comunicações de hoje perderiam o seu tempo de fala. Seria adiado para a próxima Sessão? Obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Fica garantida para a próxima Sessão.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª Presidenta, eu vou retirar o Requerimento, não estou somando nada, estou diminuindo, e não quero diminuir.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Vereadoras, quero aqui salientar, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro e em meu nome, o que o Deputado Eliseu Santos está dizendo sobre o Orçamento Participativo. É idêntico, com frases diferentes, ao que eu penso: o Orçamento promete e não faz. As comunidades estão cobrando, e, quando elas querem uma obra, Ver. Nereu, mandam-nas para o Orçamento Participativo. Para arrumar uma rua, uma coisa simples que o Executivo tem de resolver, mandam para o Orçamento Participativo. Acho que esse debate que o PT está fazendo só vai ajudar a desmistificar esse Orçamento Participativo.

Inclusive, temos fotos - e o Ver. Besson esteve comigo, in loco, num loteamento da Cidade - de uma invasão, em que as melhores casas possuíam uma placa do Orçamento Participativo. Que Orçamento Participativo é este que incita as pessoas a invadirem, quando nós temos um déficit habitacional extraordinário na Cidade e que nós vamos ter de resolver, Ver. Nereu, com ou sem Orçamento Participativo? As comunidades não podem ser enganadas da forma que esse malfadado Participativo faz. O Executivo pensa que toda a Cidade conhece o Orçamento Participativo. Não, porque muitas comunidades são encurraladas naquela história de “vai para o Orçamento Participativo, que ele resolve.” Não resolve! O Executivo lava as mãos, empurra para essa “metodologice”, essa forma de processo enganativo.

Então, o Deputado Eliseu não disse mais do que a verdade: estão reprisando. E a população está sabendo, está ouvindo o que nós estamos dizendo, Ver. Nereu, que o Orçamento Participativo, da forma que está, não é bom para a sociedade de Porto Alegre. O Senador Fogaça e o Deputado Eliseu sabem que não vão terminar, mas, dessa forma que está sendo praticado em Porto Alegre, não é razoável para uma correspondência com a sociedade. Nós queremos um Orçamento Participativo que tenha, realmente, a participação das comunidades. Da forma que está, não está satisfazendo as comunidades, que são encurraladas num aspecto que o Executivo não faz, empurrando para o Orçamento Participativo.

 

O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cassiá, concordo com V. Exª e queria acrescentar que o que o candidato, o ex-Senador, tem dito é exatamente o que a população quer ouvir: dar continuidade ao Orçamento Participativo, sim, mas cumprir rigorosamente o elenco de obras que, a cada ano, são tidas como prioritárias. Então, eu sou contra o engessamento do Orçamento Participativo, a sua institucionalização, porque acho que cada Partido que vai para o Governo tem o direito de aplicar as suas políticas, desde que não seja um braço político do Partido do Governo. Agora, uma regra fundamental, Ver. Cassiá, seria colocar, naquele livreto de regras que anualmente sai do Orçamento Participativo, apenas um artigo: tem de terminar, naquele ano fiscal, todas as obras elencadas para aquele ano. Porque a Administração Popular não termina de atender as obras prioritárias num ano e já quer, no ano seguinte, atender as demandas de outra parte da Cidade para angariar votos. Isso é apenas demagógico!

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sem dúvida. Eu acho que o Orçamento Participativo já está integrado à sociedade, mas não pode ser partidarizado, não pode ser de um Partido político. As comunidades têm de discutir as suas prioridades, mas não com Conselheiros do Orçamento Participativo que já estão há 14 anos, 15 anos, 12 anos vinculados a um Partido político, não, não pode; tem de ser da comunidade. Nós apoiaremos o Orçamento Participativo, se for de outra forma, não dessa forma enganativa, que faz com que a população espere muitas obras que não são construídas nem em dois, quatro, seis, oito anos. Obrigado, Presidenta.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, é com alguma irritação que eu me encontro na tribuna neste momento. Nós fizemos uma justa homenagem, sem dúvida nenhuma, e nove oradores se pronunciaram. Nós ouvimos todos com muita atenção no período do Grande Expediente.

Este Vereador, preocupado - não é o único a estar preocupado, mais Vereadores estão preocupados -, fez um Requerimento à Presidência para que fosse antecipada a Pauta, a Pauta Especial que trata do Orçamento, a Pauta Especial que tem prazo, que tem data, pois, até o dia 30 de novembro, o Orçamento deve ser votado, e hoje nós estamos no dia 14 de outubro, devendo correr ainda cinco dias de Pauta. Incrivelmente a liderança petista pediu que a votação do Requerimento fosse nominal. Ora, não era tão importante para que se fizesse votação nominal, mas a liderança petista fez isso. Para quê? Para trabalhar? Para fazer bandeiraço na rua? Deve ser por isso! Com 11 Vereadores, nós poderíamos discutir a Pauta, mas, se o Requerimento fosse votado, nós teríamos menos de dezessete Vereadores no plenário. Era isso o que queriam? Não tem interesse para a Cidade o Orçamento do ano que vem? O que é que nós estamos fazendo aqui? Homenagens? É isso o que querem que a imprensa diga? Que nós não votamos o que deve ser votado, que nós não estudamos o que deve ser estudado? Eu não estou entendendo mais nada!

Eu venho aqui no início da Sessão e saio no fim da Sessão. Vejo bancadas vazias aqui; alguns falam e saem correndo daqui, mas em relação ao Orçamento da Cidade, que é o momento mais importante que temos no ano, nós vamos fazer o Requerimento e votar nominalmente para encerrar a Sessão. Eu não vou admitir, na minha presença, fatos como esses. Por isso eu disse que chegava aqui, nesta tribuna, com muita revolta. Ou nós trabalhamos para o povo de Porto Alegre, ou então vamos dar razão àquele Prefeito que foi lá dar uma entrevista ao jornal Le Monde, de Paris. “É melhor o Orçamento Participativo, que não cobra; os Vereadores ganham e não trabalham” - foi o que ele disse.

Será que é isso que nós queremos? Será que é isso que nós queremos? Eu não posso entender! Vejo, do outro lado, muitos Vereadores! Onde está a Bancada do Partido dos Trabalhadores? Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Vereadores e Vereadoras, ontem houve muitas manifestações nesta Casa, e, como nós estando em um período pré-eleitoral, eu gostaria de ler um Parecer que tenho da Procuradoria desta Casa, que trata das vedações quanto às emissoras de rádio e televisão. (Lê.) “Lei Federal nº 9.507/97: Art. nº 45 - A partir de 1º de julho do ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário: [...] III – veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido ou coligação.” E aí temos duas observações (Lê.): “1) A TVCâmara é considerada, pela legislação, como uma emissora de televisão comum; 2) A proibição é quanto aos candidatos, Partidos e coligações, não estando vedadas apreciações dos Vereadores quanto a aspectos da Administração Pública da Cidade, desde que não mencionem ou identifiquem nenhuma das três categorias acima elencadas”.

Portanto, não é apenas a V. Exª, eu estou fazendo um alerta geral na Casa, porque isso aqui foi contrariado, é apenas um alerta. Às vezes, os Vereadores esquecem que nós estamos vivendo esse período e podem cometer algum deslize involuntariamente. Nós estamos tratando da TVCâmara, da TV Lumiére, que faz a divulgação direta de todas as manifestações desta Casa.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Srª Presidente, a respeito dessa legislação, eu queria um esclarecimento de V. Exª. Pelo que eu entendi, isso vale, pelo menos na parte final, para quem é candidato. Quando terminadas as eleições de nossa parte... Como agora só há o segundo turno, eu acho que estamos liberados dessa legislação. É isso que eu pergunto a V. Exª

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não, eu não entendo assim como V. Exª, porque a proibição é quanto aos candidatos, Partidos e coligações, nas apreciações que qualquer pessoa possa fazer em veículo de comunicação; inclusive isso vale para os jornalistas, para quem não tem essa função político-legislativa.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Sim, mas nós não somos mais candidatos, ilustre Presidente. Eu estou fazendo uma indagação jurídica.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Nós não somos mais candidatos, mas nós não podemos nos referir a candidatos, Partidos e coligações nos meios de comunicação. É essa a questão.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Certo.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Nem favorável, nem desfavorável.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Sim, ou seja, não podemos falar aqui dos candidatos que ficaram para o segundo turno. É isso? Correto.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, porque pode haver má interpretação ou uma interpretação equivocada, eis que a leitura que V. Exª fez foi imediatamente após o meu pronunciamento, quero observar que, ainda que um pouco candente, eu não incorri em nenhuma dificuldade com a legislação eleitoral.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. João Antonio Dib, eu deixei bem claro que ontem vários Vereadores e Vereadoras de todos os Partidos fizeram essas referências. Foi essa a minha manifestação.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Vereadoras, quanto a essa questão que envolve a legislação eleitoral, nós tivemos a preocupação - eu diria a Casa, por intermédio da Mesa - de estabelecer uma série de tratativas e contatos junto ao Tribunal Regional Eleitoral e, de resto, ao Ministério Público Eleitoral. Nós estivemos junto ao Presidente do Tribunal, bem como, designados pelo Tribunal, aqui compareceram técnicos do Tribunal e do Ministério Público. E pudemos trocar pontos de vista acerca da matéria, que traz as suas complexidades quando se trata de veicular determinadas posições, quer pelo veículo falado ou televisionado. E a Câmara, evidentemente, como já lido pela Presidência, arrola a TVCâmara, pelo seu caráter de publicização, dentre as emissoras e rádios que sofrem as restrições da lei. É bom que se diga que a fronteira entre o permitido e o não permitido, pelo enfoque da legislação eleitoral, é muito tênue, por assim dizer, é muito difuso, e, muitas vezes, podemos, ao fazer determinados enfoques, estar infringindo a lei eleitoral.

De qualquer forma, perante a autoridade eleitoral, ficou demonstrada, a toda a luz, o empenho da Câmara Municipal de Porto Alegre em cumprir, à risca, os ditames estabelecidos pela legislação eleitoral. Evidentemente, a Casa tem, por intermédio dos seus Vereadores, feito o grande esforço de não trazer para o debate nenhuma colocação que possa beneficiar este ou aquele candidato, esta ou aquela aliança partidária. Esse esforço tem sido feito aqui na Câmara. Este espaço de que dispomos é extremamente importante, um espaço extremamente rico que a Casa tem, que são os debates envolvendo o seu cotidiano, os trabalhos vinculados à sua matéria; mormente, agora, quando nós temos de votar o Orçamento, e a eleição para Prefeito é no dia 31, portanto, a contar de hoje, nós ainda teríamos 15 dias. E não seria bom, evidentemente, sofrermos qualquer restrição, seja do ponto de vista de uma penalidade, através de multa, ou, o mais grave, a retirada do canal dos meios de comunicação.

De qualquer forma, fica esse esclarecimento que demonstra a boa-fé da Casa, da Câmara, levada à autoridade maior, ao Dr. Monte Lopes, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, bem como ao Ministério Público local, que a Mesa fez questão de estabelecer. Recomendações são boas para evitarmos qualquer tangenciamento àquilo que a lei eleitoral proíbe. Evidentemente, podemos e devemos examinar a Administração, independentemente de dizermos que é boa ou má, quanto a isso não há nenhum impedimento; o que não podemos é fazer o cotejo, o contraponto da Administração A, do momento A, contra a possibilidade B. Esse confronto, esse peso, por assim dizer, essa medida, evidentemente, se encarta dentro das proibições da lei eleitoral. Tive a oportunidade de examinar a matéria tentando buscar, em síntese, estas rápidas palavras que definem exatamente o desenho, o “boneco” que a lei proíbe. Não se pode fazer o confronto, não se pode fazer o contraponto da Administração atual contra a Administração que se pretende instalar na cidade de Porto Alegre. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Elói Guimarães a manifestação, acho que esclareceu bastante.

Ofereço a palavra ao Ver. Beto Moesch, para um registro rápido.

 

O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, vou falar sobre um assunto que diz respeito a toda Casa, principalmente aos funcionários desta Casa e da Receita Federal. Eu encaminhei um Ofício a V. Exª - acho que chegou agora de manhã -, solicitando um reforço do policiamento por parte do Secretário da Segurança aqui na frente, porque as pessoas estão sendo assaltadas diuturnamente. E hoje, agora à tarde, um funcionário da Casa foi agredido, levou seis pontos e teve que se refugiar no Colégio Parobé, correndo aqui da frente da Câmara até o Colégio Parobé. Portanto, eu estou fazendo este registro porque a instituição Câmara de Vereadores deve, junto com a Receita Federal, junto ao Secretário Estadual da Segurança, solicitar reforço, porque todos sabem sobre esse problema. E os funcionários estão nos alertando sobre o problema da segurança aqui nestes locais: Câmara de Vereadores e Receita Federal. Quem sabe, inclusive, Presidenta, possa ser feito um contato também com o Tribunal Regional Federal, porque também dali os funcionários saem para pegar o ônibus na frente do prédio da Receita Federal. E, nessa área, a segurança é praticamente nula, ou seja, a insegurança é total aqui. Seria este o registro, muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Beto Moesch. O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também pela TVCâmara, eu queria saudar a todos. Quero reforçar também o que falou o Ver. Beto Moesch há pouco. Eu também presenciei um assalto a uma senhora esses dias e alertei o segurança da Receita Federal sobre o que estava acontecendo. O segurança dizia, naquele momento, que são atos praticados por pessoas que moram aqui nas imediações. Acho que o alerta de V. Exª foi muito oportuno hoje, aqui, neste Plenário.

No final desta Legislatura, eu tenho vários Projetos, mas um deles eu aguardava que viesse ao Plenário para que pudéssemos fazer uma ampla discussão, porque, no entender deste Vereador, é um Projeto de relevante alcance social. O Projeto retira o passe livre dos ônibus por seis fins de semana, canalizando esse recurso para alunos que não têm condições de freqüentar a escola, porque não têm dinheiro para pagar a passagem de ônibus. Só que, tristemente, meus caros colegas Vereadores, este Projeto foi praticamente rechaçado em todas as Comissões. Talvez os Vereadores não tenham lido a Justificativa do Projeto, sobre o que ele representa para as famílias que não têm condições de pagar passagens para que seus filhos freqüentem a escola.

Há pouco visitei algumas escolas e cito, como exemplo, a Escola Cônego Paulo de Nadal, onde a Diretora colocou que vários alunos com excelentes notas não freqüentam as salas de aulas por não terem dinheiro para a passagem. As famílias não têm condições de pagar a passagem para que seus filhos freqüentem a escola. Inclusive, numa escola profissionalizante, a Sociedade Pobres Servos da Divina Providência, escola que é um orgulho para o Rio Grande, com 600 alunos carentes, também ali há alunos que não freqüentam por não terem dinheiro para a passagem. Agora, tristemente, vejo que o Projeto deste Vereador, como já disse, foi rechaçado nas Comissões.

Vejo aqui alguns Vereadores - com todo o respeito que tenho por todos os Vereadores -, como o Ver. Professor Garcia, que são contrários ao Projeto. O Ver. Garcia é um homem que está na área da Educação, é Diretor de uma Faculdade e sabe dos problemas dos alunos e das famílias para manterem os estudos. O Parecer é do Ver. João Carlos Nedel. Também o meu querido amigo Ver. João Antonio Dib votou contrariamente ao Projeto; um homem que tem uma história nesta Cidade, que obteve da população uma brilhante votação, com muito merecimento. Não sei por que o Ver. João Antonio Dib é contra este Projeto, como também o Ver. Raul Carrion, que defende tanto as comunidades carentes, o povo pobre e necessitado. Eu acho que o Projeto deve ter o apoio não só deste Parlamento, como de outros Parlamentos, pois se trata de matéria relevante quanto ao problema social que nós temos na Cidade.

Mas eu vou, povo de Porto Alegre que me concedeu esta graça - agradeço mais uma vez a esses quase seis mil e quinhentos porto-alegrenses que foram às urnas depositar o seu voto para que este Vereador retornasse por, pelo menos, mais um mandato -, reapresentar este Projeto. Eu farei uma audiência pública com a presença dos Srs. Vereadores que são contrários ao Projeto, com o próximo Prefeito desta Cidade, com a própria ATP, para que o discutamos profundamente. A passagem de ônibus gratuita prestou um relevante trabalho social? Prestou, sem dúvida. Agora eu pergunto: será que não é melhor a retirada do passe livre por seis fins de semanas, em que os ônibus são usados gratuitamente, para canalizarmos esse recurso aos jovens que não têm condições de freqüentar as salas de aula, que ficam aí perambulando pelas ruas e que serão os futuros marginais? O que é melhor? Então, nós temos de abrir essa discussão. A população de Porto Alegre vai acompanhar, eu tenho certeza disso. E muitos diretores de escolas se farão presentes, porque são totalmente favoráveis a este Projeto. Portanto, minha cara Presidente, vou retomar este assunto, não vou parar por aqui. Sempre que eu tiver oportunidade de usar este microfone, vou usá-lo. Quero que os nobres colegas Vereadores também leiam a Justificativa e vejam a importância deste Projeto na área social, principalmente para os alunos que não têm condições de freqüentar as salas de aula porque não têm dinheiro para a passagem de ônibus. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; colegas Vereadores e demais pessoas que nos acompanham, nós assistimos há pouco a um “teatro” de irritação do Ver. João Dib, quando este Vereador solicitou votação nominal - um procedimento regimental que o próprio Ver. João Dib já usou aqui muitas vezes. Portanto, não há nada de irregularidade, nada que não esteja abrangido pelo nosso Regimento. O que me deixa mais desagradado na política - eu digo isso para as pessoas, muitas vezes - é o cinismo com que algumas pessoas trabalham, fazendo “teatro” com a opinião pública. É preciso dizer para as pessoas que, na última segunda-feira desta semana, já estava em discussão a Pauta Especial do Orçamento, e um Vereador gazeou, um Vereador faltou ao trabalho: ele se chama Ver. João Antonio Dib. Eu estava aqui trabalhando, e o Vereador não estava. Agora ele vem fazer um “teatro” para a opinião pública sem nenhuma autoridade, já que ele não estava aqui na segunda-feira, e eu estava trabalhando, como muitos outros. Então, não venha dar aula de comportamento parlamentar para ninguém; pode dar para os seus amigos e outros, mas não para a nossa Bancada. A Casa tem 19 Vereadores de oposição, só eles dariam quórum; por que a referência é apenas à minha Bancada? E os outros? Então, vamos parar de querer dar lição para os outros; aqui todos somos iguais. Desde que voltei para esta Câmara, pois eu me retirei da SMOV para concorrer novamente, eu só faltei a uma Sessão e me licenciei para tal, perdendo o meu salário daquele dia, apenas isso. Na Comissão do Plano Diretor, compareço a todas as reuniões. Portanto, vamos dar moral para outra pessoa, não para este Vereador.

Quero também abordar um tema, mesmo sabendo das dificuldades, mas não é possível deixar passar em julgado. Aqui se estabelece, manifesta-se ou se manifestou, pela boca do Ver. Cassiá Carpes, a dicotomia que nós estamos vivendo nesse processo eleitoral. O Vereador começa dizendo que é contra, reafirma as palavras do Deputado Eliseu Santos, ao que ele chama de “orçamento falsificativo”, e depois, sabendo que isso faz perder votos, ele vai girando, girando e diz: “Pois é, o Senador vai deixar, não é bem esse, é aquele...” Talvez a gente lembre exatamente as palavras do ex-Senador depois que perdeu a eleição em 2002, está gravado lá no Senado. E a gente vê, então, todo o processo aqui de querer dizer. Mas tem de dizer que é contra o Orçamento Participativo! Eu respeito o Ver. Pedro Américo Leal porque ele diz isso claramente, não esconde, assume. Agora, as pessoas ficam dando um jeito para não dizer claramente nesse processo aquilo que é a sua realidade.

Eu quero, na verdade, trazer para o debate na Câmara de Vereadores um assunto que é muito importante, que diz respeito ao Governo do Estado, o qual está preparando para encaminhar à Assembléia Legislativa um Projeto de Lei para a cobrança da água no nosso Estado, pelo uso dos nossos recursos hídricos, Ver. Luiz Braz - uma questão já estabelecida por lei anterior. Então, precisava regulamentar essa lei. (Lê.) “A Lei Estadual nº 12.037, que é de 19 de dezembro de 2003, criou, através do art. 26, o Fundo Estadual de Saneamento - Fesan -, destinado a reunir e canalizar recursos financeiros para a execução dos programas do Plano Estadual de Saneamento e a Política Estadual de Saneamento.”, com os quais temos concordância. O Governo do Estado, então, também de uma maneira correta, montou um grupo de trabalho que foi chamado Fórum de Discussão, com a finalidade de promover a regulamentação prevista nessa Lei nº 12.037, que institui a política estadual de saneamento. Portanto, uma lei muito importante. Fazia parte desse Fórum a Secretaria de Obras Públicas e Saneamento; a Secretaria Estadual de Habitação e Desenvolvimento Urbano; a Secretaria Estadual de Meio Ambiente; a Fepam; o Conselho de Recursos Hídricos; a Corsan; a Famurs; a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, a AGEOS; a SERGS; o CREA/RS e assim por diante. Eles chegaram a realizar 14 reuniões, com a finalidade de promover a regulamentação dessa lei e a criação do Fundo, e foi montado um projeto. Apareceu no debate, nesse Fórum, Ver. Beto Moesch, um assunto com que V. Exª também trabalha, que é a possibilidade da cobrança da água das entidades públicas de abastecimento da água tratada. Vale dizer: DMAE; SEMAE, de São Leopoldo; Assemae, de Caxias do Sul; a Entidade de Pelotas, a SANEP, se eu não estou enganado, e assim por diante. E depois, de comum acordo, por ser um assunto muito polêmico, retirou-se esse item da discussão do Projeto para encaminhá-lo, então, ao centro do Governo. Qual não foi a nossa surpresa frente à decisão do Governo Estadual de fazer a cobrança dos órgãos municipais de saneamento, excluindo - vejam só - a cobrança da Corsan e a cobrança do uso da água dos senhores lavoureiros, principalmente os arrozeiros, que fazem a plantação irrigada do arroz? Ora, não dá para entender isso. No caso dos serviços públicos municipais de saneamento - que tratam a água, entregam a água, como questão da própria vida das pessoas, questão de saúde e assim por diante -, encaminha-se a cobrança, mas tira-se da cobrança a entidade estadual, a Corsan, que teria que ser semelhante, e, ao mesmo tempo, os agricultores, que também usam a água como insumo da sua produção. Não há como entender!

Portanto, eu quero trazer este assunto à Casa, por ser muito importante, na medida em que essa cobrança ainda vai se dar de uma forma progressiva, ou seja, quanto mais se usa a água dos nossos mananciais...ela vai numa cobrança também progressiva, ampliando não igualmente pelo valor do mesmo metro cúbico. Portanto, por óbvio, o que é que vai acontecer? Os órgãos, para suportar essa despesa, vão repassar para o consumidor essa despesa que não existe neste momento. Nós vamos chegar a esse ponto? Pode ser que seja possível no futuro. Agora, não dá para aceitar que só os serviços municipais sejam cobrados, que a empresa estadual fique fora da cobrança e que aqueles que têm uma atividade privada, em que a água é um insumo da sua atividade, portanto um produto do seu processo de produção, não sejam cobrados. É absolutamente inadmissível uma situação como essa. Portanto, trago este assunto à Casa, para que nós todos, que temos relação com os Deputados Estaduais, falemos como os nossos Parlamentares, porque esse item não é possível aceitar. Registrando sempre que somos a favor da criação do Fundo; acho que ele vai ser muito importante.

Outro aspecto que tem que ser destacado é que a lei diz que aquilo que se arrecada numa bacia geográfica deve ser aplicado na própria bacia e não ser cobrado e centralizado num órgão estadual. É outro aspecto que está ilegal, porque não está de acordo com a lei citada, a Lei nº 12.037. Portanto, um tema de repercussão importante para a nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de passar a palavra ao próximo Vereador inscrito, quero registrar, com muito carinho, a realização das atividades do Projeto Câmara Lugar de Criança, organizado pela Comissão de Eventos e Memorial desta Casa, que conta com a parceria do Sesc Campestre, Abecapa, Gecapa e CTG Maurício Sirotsky Sobrinho. Neste momento, estão visitando a nossa Casa 40 crianças, filhos e filhas dos nossos funcionários, funcionárias, Vereadores e Vereadoras. Essas atividades pela Semana da Criança incluem também a exposição “História dos Brinquedos - Brinquedos, Jogos e Brincadeiras do Imaginário Infantil (1890 a 1940)”, pesquisa original do Memorial da Câmara, que conta com o Acervo da UFRGS. A exposição foi aberta hoje na Sala Adel Carvalho. Quero cumprimentar a Fátima, o Jorge, o Felipe e todas as pessoas que compõem esta Comissão e dizer que essa exposição passará a integrar o acervo do Memorial da Casa e visitará escolas, além de estar sendo disponibilizada pelo site desta Casa. Parabéns pelo trabalho.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srªs Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, meus jovens, filhos de servidores desta Casa, eu endosso as palavras da Presidenta em relação ao trabalho feito pela equipe do Memorial e por todos aqueles que contribuíram para a alegria das crianças no dia de hoje. As crianças são a nossa certeza do amanhã; não são esperança de dias melhores, são a certeza de dias melhores, por isso a nossa saudação.

Mas, Srª Presidenta, Srªs Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, eu realmente vim a esta tribuna muito irritado e não estou arrependido; eu estava irritado com razão. Ora, dizer que o Ver. João Antonio Dib, na segunda-feira, não compareceu é verdade; não compareci. Eu estava tentando me recuperar lá em Gravatal. E achei que, se eu viesse aqui, não haveria quórum como outras em que vim e a Bancada do PT não estava aí para dar quórum. Agora, o Ver. João Dib até se sente no direito, eis que cada Vereador tem o direito de faltar três vezes por mês, com uma simples justificativa, e o Ver. João Dib não faz isso. O Ver. João Dib se sente no direito, eis que chega no início da Sessão e sai ao término da Sessão, ouvindo todos e quaisquer discursos que aqui sejam pronunciados, ele se sente no direito de um dia faltar. É humano, é humano! Ele não é mais nada, nem menos nada do que qualquer um dos Srs. Vereadores. E achei-me no direito, na segunda-feira, de não comparecer.

Agora, isso não impede que, havendo quórum, eu tente proteger a discussão do Orçamento. Nós teremos feriado no dia 1º, no dia 2, teremos feriado no dia 15 de novembro, que será numa segunda-feira, e, no dia 30 de novembro, temos de ter votado o Orçamento. Nós temos datas para que a Pauta seja percorrida.

Então, é muito fácil dizer que falta autoridade ao Ver. João Dib para reclamar, para tentar proteger mais do que reclamar a Pauta no dia de hoje. Não é razão de dizer que lhe falta autoridade. Não, não falta autoridade! Autoridade tem quem vem ali todos os dias, que fica ali o tempo todo, que não se retira, que não atende as pessoas, na maioria das vezes, que o procuram aqui no plenário; ele não atende, porque o que tem de ser atendido é o Plenário. Assim é que o Ver. João Dib entende. E eu não sei se o meu ilustre e honrado colega Ver. Guilherme Barbosa poderia dizer também que fica o tempo todo no plenário. Não sei, se disserem, eu acredito, porque sei que chega antes do início da Sessão, como eu também chego. Isso eu sei.

Mas não cometi nenhuma injustiça, não fiz nenhum impropério, não disse nada além de tentar defender o interesse da Cidade. Nós precisamos - porque esse é o grande momento do Vereador - discutir o Orçamento para o próximo ano! Discutir o Orçamento que, dizem aí, é feito pelo Orçamento Participativo. E eu quero mostrar que, realmente, quando dizem isso, estão agredindo aquelas pessoas que comparecem às reuniões do Orçamento Participativo, porque eles não participam daquele documento que é entregue pelo Prefeito aqui, no dia 30 de setembro, e eu fui lá e nem estava toda a Bancada da Frente Popular para receber o Orçamento juntamente com o Prefeito. Mas eu, da oposição, estava lá, porque quero saber do Orçamento! E o Orçamento tem de ser defendido, protegido e votado! E é isso que eu quis fazer. Portanto, se alguém se magoou, eu não tive a intenção de magoá-lo. Saúde e PAZ! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa apregoa uma comunicação do Prefeito João Verle. Trata-se do Ofício nº402/04, Proc. 4951/04 (Lê.): “Paço dos Açorianos, 14 de outubro de 2004. Srª Presidenta, comunico a V. Exª e aos seus dignos Pares que deverei ausentar-me do Município das 7 horas do dia 15 próximo, retornando no mesmo dia por volta das 22h40min. Na oportunidade, viajarei para Brasília, para audiência com o Presidente da Infraero, Sr. Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos, para tratar de assuntos de interesse da Cidade. A referida viagem será com ônus para o Executivo Municipal, referente às passagens aéreas e meia-diária. A propósito, convido V. Exª para assumir a chefia do Executivo Municipal pelo período supra. Atenciosas saudações, João Verle, Prefeito.”

Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL -DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(06 oradores/10 minutos/com aparte)

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 4837/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 047/04, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício financeiro de 2005. Com Emendas n.ºs 01 e 02.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, a Peça Orçamentária, encaminhada pelo Sr. Prefeito a este Legislativo, permite-nos avaliar aquelas famosas colunas dos investimentos, das despesas, dos recebimentos.

Quando se compara o ano de 2005 com o ano de 2004, levando-se em consideração que, no ano de 2005, será aplicado somente 4% do correspondente à inflação do ano de 2004, conforme estabelecido no Ofício nº 397, que o Prefeito nos encaminhou, nós vemos reduções importantes em duas áreas que nos preocupam bastante.

Na Educação, considerada a inflação, haverá uma redução de 15%; na educação infantil, haverá uma redução de 6% e, na educação especial, haverá uma redução de 4%. Com relação à educação infantil, a questão da pré-escola, em especial as creches, essa previsão é, no mínimo, assustadora, pois nós já temos um déficit tamanho de desatendimento. Hoje se calcula que há milhares de crianças desatendidas na cidade de Porto Alegre, centenas de creches são conveniadas, por falta de estrutura da Prefeitura para esse tipo de atendimento. O convênio nada mais é do que a declaração da incapacidade do Governo em prover as necessidades dessas demandas infantis. Isso nos deixa com uma probabilidade caótica, assustadora, nós vemos que, em todas as creches conveniadas, em 100% das creches conveniadas, há uma rejeição de mais de 100% das crianças assistidas. E, quando se fala em rejeição, fala-se em rejeição às chamadas crianças de risco. Risco quer dizer que, por falta de alimentação, por falta de cuidados familiares, por uma simples gripe, elas podem perder a vida, por falta de mínima estrutura. E essas crianças que vivem sem creche, sem os cuidados, sem o ensino, sem amor, vão ser os próximos marginais, e nós, sociedade, estamos fabricando marginais em caráter permanente - e queremos falar em segurança. É essa a tragédia que nós vivemos, e, pelos indicadores do Orçamento, temos uma ótica absolutamente preocupante, independentemente de quem ocupar o Paço Municipal na próxima Legislatura.

Na Saúde, houve uma redução de 3% no total; se for excluído o SUS, a redução passa para 12%. Então, são duas áreas em que há uma fragilidade imensa; são áreas sociais que precisariam exatamente do contrário: do aumento de verbas. Mas elas têm diminuição de verbas.

O que mais surpreende e que decepciona nessa análise é que as verbas para o Gabinete do Prefeito tiveram um aumento de 54%, passando de 8,24 milhões de reais em 2004 para 12,7 milhões em 2005. Com ênfase na administração geral do Gabinete, que passou de 7 milhões para 10 milhões em 2005, com aumento de quase 3 milhões para essas “atividades administrativas”. Essas verbas são da rubrica “Despesas Correntes”, sem investimento, nenhum outro que não seja puramente o Orçamento. Muito importante: será que esse aumento de 54% do Gabinete foi definido no Orçamento Participativo? A pergunta é fundamental. Isso nos mostra as reduções na área da Educação, especialmente na pré-escola, na principal área da Educação, porque, depois, fica plasmada a personalidade da criança e não se muda mais, ali que se define se será marginal ou cidadão. Essa importância fundamental não foi dada nesses 16 anos de administração.

E nós vemos grassar na cidade de Porto Alegre três tipos de problemas diretamente ligados a esse processo educacional e de segurança. O primeiro deles é a duplicação ou mais das favelas e dos favelados. O segundo é a formação de marginais, de criminosos, de moradores futuros da FEBEM e das nossas prisões, em caráter permanente, volumoso e irreversível; três caracteres fundamentais, três propriedades fundamentais dessa maldição social, que é a própria sociedade. Isso diminui a qualidade de vida desta Cidade que tem o Prêmio Abrinq e que, vergonhosamente, ostenta esses dados estatísticos. E , para outros fins, o escamoteio dos prêmios mostra que aquela cidade que nós assistimos na televisão, propagada como a de melhor qualidade de vida do País, tem esses dados estatísticos lamentáveis, que mostram que as questões ligadas à gestão estão diretamente condicionadas por uma incapacidade administrativa a esse tipo de desenvolvimento e, mais do que isso, ao desenvolvimento e criação em caráter permanente de uma população cuja infelicidade social é inevitável. Isso não pode deixar de ser dito na análise deste Orçamento, assim também em relação às questões da área da Saúde, que, em Porto Alegre, é um caos.

Aliás, nesse caos, esta pergunta cabe perfeitamente quando se prende a dados do Orçamento, desse tipo de Orçamento, dessas denúncias que estão sendo feitas por meio do Orçamento: onde está a CPI da Saúde? Até hoje, desde fevereiro, não há nenhuma decisão jurídica. Ela existe? Está suspensa? Até hoje nós não temos uma resposta. Os jornais estão, a toda hora, noticiando que, a cada minuto, a cada hora, a todo o momento, existe uma pessoa se queixando de erros grosseiros na gestão da área da Saúde. Isso é um drama; isso ofende a nossa sensibilidade; isso clama, e esse clamor parece que está num deserto, pela perenização da queixa. E, no ano da Saúde de 2004, a piora é absolutamente sensível à indiferença das pessoas, às queixas que continuam, que batem nos nossos ouvidos, nas nossas casas, nos nossos gabinetes, e as pessoas continuam sem atendimento.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial por transposição de tempo com o Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores, meu caro Ver. Guilherme Barbosa, honestamente, eu acreditei que estivesse inscrito em segundo lugar, por isso me dirigi à tribuna. Agradeço a V. Exª a permuta de tempo.

Quero dizer, desde logo, que eu não tenho nada contra o Orçamento Participativo. Com toda a tranqüilidade, eu posso dizer que, ao longo dos mais de trinta anos em que exerci cargo de alta função lá na Prefeitura Municipal, fiz, à minha maneira, orçamento participativo: conversei com associações de bairro, busquei soluções, estimulei a FRACAB, dei forças para que estabelecesse dependências nos altos do Mercado, para ali o povo poder se expressar. E fui a todas as reuniões, a todos os congressos para os quais fui chamado. Houve um dia até em que, no encerramento de um congresso da FRACAB na Assembléia Legislativa - eu era Diretor do DMAE -, a FRACAB pediu que o Ver. João Dib, Diretor do DMAE, falasse pela FRACAB. Portanto, eu não tenho nada contra o Orçamento Participativo, mas volto a dizer que Pilatos, de vez em quando, usava o “orçamento participativo”.

Eu vejo os números com a serenidade com que devem ser vistos, porque números não mentem jamais. Eu vejo a Prefeitura dizendo que o Orçamento Participativo elaborou o Orçamento. Então, eu vou fazer uma pergunta: quantos dos 32 Vereadores nesta Casa são capazes de me responder sobre Receitas de Capital? Quantos integrantes do Orçamento Participativo são capazes de me responder? Quantos integrantes do Orçamento Participativo sabem que nunca as Receitas de Capital se realizaram nos Orçamentos prefeitorais nos últimos 15 anos? Quantos, do Orçamento Participativo, sabem que um dia eu questionei quando o Prefeito fazia a entrega do Balanço da Prefeitura: “E as Receitas de Capital, Sr. Prefeito?”; “Mas o seu Governo” - eu não tinha Governo nenhum - “impediu que se façam empréstimos.” Eu disse: “Então o senhor me diga por que, nos anos anteriores, quando não havia esse impedimento, também não se realizaram as Receitas de Capital?” Eu tenho todas as dúvidas em atribuir a uma população digna, decente, honrada e até preocupada com o bem-estar da coletividade, o saber o que é o Orçamento de uma cidade.

Eu não estou diminuindo ninguém, até volto a perguntar: será que os 32 Vereadores sabem responder o que é Receita de Capital?

Eu vejo algumas coisas aqui. Eu tenho em mãos este dado de 2002, decidido pelo Orçamento Participativo: “Recuperação do Túnel da Conceição: 1 milhão e 900 mil reais” - antes foi 1 milhão, 666 mil, 666 reais e 66 centavos. Eu não sei por que, mas foi! Bom, isso foi em 2002. Agora, em 2004 (Lê.): “Túnel da Conceição...” - em que não foi feito nada, e o Orçamento Participativo decidiu reduzir o valor para a recuperação do Túnel para 900 mil reais. Mas também não vão fazer nada, como não fizeram no ano passado, como não fizeram em 2002, como não fizeram em 2000 e em 2001, e o Orçamento Participativo decidiu. Agora me será dito que foi analisado e que apenas o sistema hidráulico deve ser substituído. Mas nem isso eles fizeram também! Nem isso fizeram!

Eu estranho que, em 2000, se achava que era necessário fazer a manutenção do Túnel da Conceição, que ali estava desde 1972. Trinta anos depois vão fazer a manutenção... Após quatro anos, chegaram à conclusão de que não precisava. É difícil de explicar!

Eu tenho em mãos as obras a serem executadas - ditadas pelo Orçamento Participativo - para o ano de 2004. Os meus amigos do DEP, para 2004, tinham consignado 9 milhões e 105 mil reais para o conduto forçado da Rua Álvaro Chaves.

Eu sou um homem que, pela manhã, lê quatro jornais, não saio de casa sem ler os quatro jornais, com exceção de sábado e domingo, quando não há quatro, aí eu leio três, mas eu leio quatro jornais.

Em 2002, eles já diziam que as obras do conduto forçado da Rua Álvaro Chaves custariam 9 milhões de reais, então, foram incluídas pelo Orçamento Participativo, é claro. Mas não fizeram nada! Não fizeram nada, absolutamente nada! Como agora também não fizeram. Para o próximo ano, incluíram 22 milhões e 750 mil reais para o conduto forçado da Rua Álvaro Chaves. Primeiro, custava 9 milhões; agora, não gastaram 9 milhões, não fizeram nada! Agora são 22 milhões e 750 mil reais para o ano que vem.

Há algumas outras coisas que eu gostaria que essas pessoas dignas, honradas, sérias, responsáveis, que se submetem a ir ao Orçamento Participativo, me respondessem: por que, em relação ao ano de 2004, na Secretaria Municipal de Administração, há aqui (Lê.): “Para modernização administrativa:” - dinheiro do BID - “4 milhões e 600 mil reais”? Eu acho que não fizeram nada; não modernizaram nada, porque eles estão meio atrasados, já. E, para o próximo ano, há aqui (Lê): “Secretaria de Administração: 5 milhões e 800 mil reais.” Por que seria esse dinheiro buscado no Exterior? Por que Orçamento Participativo? Poderiam dizer-me? Por favor, ajudem-me, digam-me! Eu estou desesperado, eu não sei! Será que é para agredir os funcionários municipais com o relatório final, apresentado por uma empresa que não tem credenciais, não houve licitação, e a Prefeitura teria melhor para fazer? Mas é verdade! Uma empresa para fazer a revisão do Estatuto dos Servidores, compatibilizando às normas constitucionais vigentes, eliminando os direitos concedidos aos servidores. Será que precisa buscar lá em São Paulo? Será que nós não temos melhor em Porto Alegre? Onde está a licitação? Buscar dinheiro do BID para fazer isso! E a magnífica empresa contratada sem licitação diz aqui, em relação aos servidores municipais, que são os que, no final, teriam de fornecer os dados (Lê): “Existe ainda a possibilidade de má-fé.” Ou seja: algum erro intencional em benefício próprio ou de outro servidor. Mas que competência tem uma empresa para dizer uma coisa dessas? Como ela analisa a existência da Secretaria de Administração de Porto Alegre, a mesma Secretaria de Administração que, em 1984 ou 1985, fez o Estatuto dos Servidores, ouvindo os servidores, junto com os servidores, como também fez o Plano de Carreira. O Plano de Carreira que a Prefeitura que está aí mandou fazer em São Paulo foi encaixotado, porque ninguém o entendia e porque não servia para Porto Alegre. E a licitação? Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; colegas Vereadores e demais pessoas que nos acompanham, também venho fazer esta discussão importante sobre o Orçamento do Município para o ano de 2005, que é sempre uma discussão muito complexa, na medida em que estamos aí abordando a aplicação de recursos da ordem de 2 bilhões de reais, mais que isso, sem considerar ainda a transferência de recursos do SUS para a Saúde, para o Município, e que diz respeito, evidentemente, também às atividades do Executivo Municipal para o ano que vem. E é sempre uma dificuldade esta discussão, porque, mesmo que pareça um recurso muito grande, 2 bilhões de reais, sempre é bem abaixo daquilo que a Cidade precisa. Então, é necessário haver uma priorização.

A história dos Executivos, a sua relação com a população em outros momentos tem sido, sim, de que a execução da Lei Orçamentária, a estruturação dessa Lei, era feita de uma maneira absolutamente autoritária, nos gabinetes, o Chefe do Executivo com a sua equipe e só. Nós resolvemos modificar esse processo, chamando para a estruturação dessa Peça legal a população da cidade de Porto Alegre. E essa população, organizada depois das grandes reuniões, nas 16 Regiões da Cidade e nas seis reuniões temáticas, escolhe os seus representantes, dois titulares e dois suplentes, e acompanha permanentemente a execução do Orçamento. Aquilo que vem à Câmara de Vereadores passou por uma análise rigorosa desses representantes, tanto no que diz respeito ao percentual para cada Secretaria, quanto no que diz respeito, posteriormente, ao investimento, à aplicação, em cada obra que é escolhida, discutida e votada por esses representantes.

A Prefeitura, no Conselho do Orçamento Participativo, no COP, tem a representação de dois conselheiros, mas sem direito a voto, Ver. Luiz Braz; eles participam levando informação, mas não votam no final. Nós, rigorosamente, abrimos mão de definir obras e serviços na Cidade e passamos isso para a população. Claro está que a Prefeitura também propõe obras no âmbito do Conselho do Orçamento Participativo. E essa Peça é a que nós estamos aqui discutindo.

E quero comentar alguns aspectos que foram aqui levantados por outros Vereadores: o Ver. Cláudio Sebenelo se referiu, por exemplo, a recursos para creches. Ele não deixou suficientemente claro, não sei, mas são creches que são conveniadas com a Prefeitura de Porto Alegre, cujo convênio não existia antes da Administração Popular em Porto Alegre. Então, sabendo já da incapacidade de o Município continuar construindo creches...porque a construção, Ver. Braz, é a parte mais fácil e mais barata; o que é, depois, uma despesa permanente, mais difícil e mais vultosa é exatamente o pessoal, a manutenção com alimentação e assim por diante, que se transforma numa despesa eterna, digamos assim.

Então, a partir dessa dificuldade, a Prefeitura decidiu, há dois mandatos, começar a fazer convênios com entidades comunitárias, com creches construídas pelas associações de moradores. E, para que não ficasse numa escolha e numa definição apenas da nossa Prefeitura, apenas do nosso Executivo, nós chamamos o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, que é representado por pessoas que não são do Executivo, na sua grande maioria, para que essas pessoas, do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, indicassem aquelas creches que não significam lucro para as pessoas, que têm qualidade na construção e no cuidado com as crianças. Então, foram crescendo: primeiro 40 creches, depois 80 creches, 100 creches, hoje são mais de 140 creches, na Cidade, que têm convênio com a Prefeitura. Através desse convênio, a Prefeitura repassa um valor mensal significativo; a Prefeitura acompanha, através da Secretaria da Educação, dando a orientação de atendimento para as crianças; a Prefeitura acompanha, através da Secretaria da Saúde, a questão sanitária do ambiente, permanentemente passam funcionários da Secretaria da Saúde para verificar a sanidade do local, e estabeleceu junto com a SMOV condições de salas, de separação por idade das crianças, de área mínima por sanitários, área mínima para a cozinha, tudo isso é acompanhado rigorosamente.

Vejam, são creches comunitárias para as quais a Prefeitura repassa recursos, e depois, sobre esses recursos, há que se prestarem contas, porque não é dinheiro do Prefeito Verle nesse momento, é dinheiro da Cidade, é dinheiro público. Com esse processo que não existia e que passou a existir, a Administração Popular hoje atende um grande número de crianças. Precisaria ter mais? Ah, com certeza. Nós queremos também ampliá-lo, o que certamente vamos fazer. Mas também é preciso que a comunidade tenha locais adequados. Hoje já existe uma certa dificuldade de haver creches adequadas, pois o próprio Conselho Municipal da Criança e do Adolescente não faz indicações quando essas instituições não fazem um atendimento adequado.

Outro aspecto que foi relatado e debatido pelo Ver. Sebenelo é a questão da Saúde, que é um tema do debate atual, enfim, mas nós gostamos dele. Nós sabemos que há dificuldades, sim, mas a gente sempre lembra que, quando nós chegamos à Prefeitura, em 1989, nós cuidávamos de 12 postos; depois nós resolvemos assumir a municipalização completa no Município, assumimos isso - são poucas as cidades no Estado que assumiram essa tarefa - e não paramos de construir postos, de tal maneira que, somando tudo isso, os postos municipalizados, os postos construídos, já existem, hoje, em 144 locais, os quais cuidamos e gerenciamos. A obrigação legal é de 15%, nós já estamos investindo quase 17%, de tal maneira que, nos postos do Município, nós já atendemos um grande número pessoas de outras cidades da Região Metropolitana, nós já fornecemos remédios nos postos de Porto Alegre para pessoas da Região Metropolitana.

E eu faço sempre um desafio, um fraterno desafio, aos Vereadores da oposição: vamos sentar, um dia, e verificar, das cidades que são governadas, administradas pelos outros Partidos, quais investem o mesmo percentual que nós investimos, acima da obrigação legal. O que a gente vê é que os colegas Prefeitos das outras cidades gostam da ambulancioterapia, de comprar ambulância para mandar para Porto Alegre, e aquilo que era feito nos hospitais, naturalmente, porque os hospitais têm atendimento especializado, agora já vem para os nossos postos, postos de bairros! As pessoas são atendidas nesses locais, pedem também remédios, o que nós não negamos, mas a gente não vai nunca conseguir atender.

Depois o Ver. Dib falou no Túnel da Conceição, sim. Ah, é outro tema que nós gostamos muito de abordar, porque desde o nosso primeiro Governo, a nossa primeira Administração, nós montamos um projeto, um programa que chamamos de PROA, Programa de Recuperação de Obras de Arte... Aliás, faço um parêntese para dizer que um Vereador desta Casa, um dia, escreveu que havia 50 mil no Orçamento da SMOV, no Orçamento de 1992, Ver. Sebenelo, para comprar obras de arte, para comprar estátuas. Um Vereador desta Casa escreveu, não vou citar o nome porque ele não está presente agora, mas escreveu isso no papel. Obra de arte, na Engenharia, significa pontes, túneis, viadutos e assim por diante. Isso é obra de arte. Pois bem, nós montamos um programa e, a partir daí, recuperamos várias delas. Começou com a Elevada da Conceição, Obirici, agora, recentemente, no meu período, o Viaduto da João Pessoa, o Leopoldina, e, na fila, na seqüência, está o Túnel da Conceição. Já recuperamos a Elevada e agora o Túnel. Refizemos o estudo, sim, junto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especialista na área, e vimos que, em relação àquele levantamento inicial de uma empresa contratada, nós poderíamos gastar muito menos do que se previa inicialmente. Chegamos a programar, estudar com a EPTC, de que maneira executaríamos a obra, mas, depois, como se sabe, no ano passado e ainda neste ano, a Prefeitura teve uma Receita menor do que a prevista, e então nós seguramos um pouco essa obra que, segundo a palavra do Sr. Secretário Áureo Pedrotti, vai ser licitada mais no final do ano. É preciso recuperar o Viaduto? Sim, mas agora temos certeza de que o trabalho será menor do que aquele que se previa inicialmente, o que é bom para a Cidade. E temos certeza, junto com os professores da UFRGS, de que a estrutura está muito menos problemática do que inicialmente se imaginava. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Verª Margarete Moraes, Presidenta desta Casa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhora e senhores, já que foi referido aqui por várias vezes e já que o nome deste Vereador constou de um momento de propaganda eleitoral no programa do candidato a Prefeito do Governo, eu faço questão de dizer que realmente não sou fã número um do Orçamento Participativo, tal qual ele é moldado aqui nesta Cidade. E todo o mundo sabe disso, eu trato desse assunto há muito tempo e faço questão de referir que, da forma como o Orçamento Participativo funciona, eu acho que ele é negativo para Porto Alegre. Se nós não temos, em Porto Alegre, técnicos especializados que possam deslumbrar os problemas de Porto Alegre, as suas necessidades básicas, que possam apontar onde precisamos realmente colocar os recursos do Orçamento, se não temos um grupo técnico assim, não acredito que vamos delegar isso a um grupo de pessoas que normalmente são buscadas nas vilas populares, ou em outros locais, para lotarem os ônibus e irem às reuniões do Orçamento Participativo. Eu não acredito realmente, se nós não temos um grupo de pessoas especializadas para dizer onde é essencial se aplicar os recursos, que esse grupo de pessoas manipulados pela Administração possa ser indicado para dizer como é que deve ser elaborado o Orçamento Municipal.

É por isso que, de repente, a gente encontra neste caderno do Orçamento algumas coisas que têm de ser questionadas, como por exemplo: será que foi esse grupo do Orçamento Participativo que sugeriu, Ver. Sebenelo - V. Exª que já esteve aqui, antes de mim, nesta tribuna -, que no Gabinete do Sr. Prefeito Municipal deveria haver um acréscimo de 8 milhões para 12 milhões de recursos? Será que foi esse grupo do Orçamento Participativo que fez essa indicação? Enquanto se aumenta a verba do Gabinete do Prefeito, diminuem-se os recursos na área da Educação, diminuem-se os recursos na área da Cultura, Verª Margarete, V. Exª que brilhantemente esteve à frente da Secretaria de Cultura. Mas eu não posso imaginar, Verª Margarete, como é que no ano de 2003, na Secretaria de Cultura, havia um investimento relativamente baixo e, agora, neste ano eleitoral, colocaram-se recursos na Secretaria, subindo a dotação da Secretaria de Cultura. Agora, para o ano 2005, inexplicavelmente, eu não posso realmente encontrar uma explicação, eu sei que V. Exª também foi tomada de surpresa: de repente se baixa a dotação para a Secretaria de Cultura. Eu gostaria realmente que, nas reuniões das Comissões que nós vamos fazer, houvesse explicação para isso que está acontecendo.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ontem nós discutíamos isso. Na verdade, nós temos uma mudança na alíquota da Previdência. No Orçamento do ano passado era previsto o desconto de 11% e o aporte de 11% do Município em pessoal. E está dando diferença, porque a Lei aprovada aqui está indicando 8%, 9%, e só 11% em julho; na Educação dá essa diferença, na Saúde também, e, provavelmente, seja a situação da Cultura. Então, vamos olhar com mais detalhes.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Verª Sofia, eu ouvi um discurso aqui de que a Administração de V. Exª tenta proteger as crianças através da política das creches, mas onde nós vamos encontrar uma redução mais acentuada com relação às verbas para a Educação é exatamente no cuidado com a criança. Então, esse discurso de que vão proteger as crianças, de que tem de se fazer um Orçamento para cuidar das crianças, não é um discurso verdadeiro.

 Uma outra coisa também que é fácil de se notar é o grande aumento que nós tivemos na previsão da Receita em relação aos recursos tributários. Imaginem que esse grande aumento dos recursos tributários está exatamente na área de produção e de circulação de mercadorias, quer dizer, na área dos alvarás, na área da Secretaria da Indústria e Comércio, numa área em que nós deveríamos estar incentivando, porque, se nós não incentivarmos, se começarmos a cobrar cada vez mais, se começarmos a taxar cada vez mais ou apertar cada vez mais o cerco sobre a indústria e a produção, o que vai acontecer é que cada vez mais nós vamos ter problemas com os nossos empresários, tanto na área do comércio como na área da indústria. E, quando a gente vai ler o caderno do Orçamento, quando a gente vai ver o aumento das Receitas, constatamos que a previsão do aumento das Receitas está exatamente na área tributária. Então, eu acho que esse seria um dos cuidados que deveríamos ter.

Não encontro explicação para que, de repente, as taxas sofram determinadas alterações que realmente chegam a ser inexplicáveis. Por exemplo, as taxas pelo exercício do poder de Polícia foram orçadas, em 2004, em 1 milhão e 901; para 2005, 1 milhão e 402. Por que vamos ter um redução tão drástica no recolhimento da taxa pelo exercício do poder de Polícia? Eu acho que também são explicações que nós temos de buscar no trabalho que fazemos nas Comissões, a fim de podermos ouvir dos membros do Poder Executivo as explicações necessárias em relação a essas alterações.

Uma das alterações para a qual eu também não encontro explicação, mas talvez alguém do Governo possa dar explicação, a fim de que nós possamos votar este Orçamento sem sustos, diz respeito à Receita de valores mobiliários, em que há uma diminuição de 35 milhões para 22 milhões - uma diminuição nessas Receitas de valores mobiliários. Isso é uma previsão. Essa redução tem de ter uma explicação muito lógica, ainda mais porque o que nós temos aqui que acentua essa diminuição é a Remuneração dos Depósitos Bancários. Nessa Remuneração dos Depósitos Bancários é que nós encontramos essa diminuição de 35 milhões para 22 milhões. Mas o questionamento que se faz é: será que nós tivemos nesse exercício muito dinheiro aplicado e agora, para o ano que vem, não há previsão de aplicação desses recursos? Porque o que está aqui não é a execução do Orçamento de 2004, é também aquilo que foi orçado para 2004: 35 milhões da Remuneração dos Depósitos Bancários. Orçado para 2005, temos 22 milhões.

Eu acho que essas coisas todas nós devemos observar e discutir quando estivermos nas Comissões. O trabalho das Comissões é exatamente para dirimir essas dúvidas, a fim de que possamos votar o Orçamento para 2005 com toda a consciência, com toda a tranqüilidade de quem está fazendo o melhor para Porto Alegre.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Srªs Vereadoras, hoje é o segundo dia de discussão do Orçamento do Município, a lei mais importante desta Cidade. Eu gostaria de falar sobre o Orçamento do DEP, que deve cuidar de toda a parte pluvial da Cidade, do esgoto pluvial, dos canais, dos arroios, dos alagamentos.

Com muita honra nos visita aqui o meu colega contador Rudivan de Souza Gomes, que é especialista em Orçamento, e as minhas amigas Larissa e Daiana, que vieram aqui me trazer um presente. Que coisa boa!

Mas eu queria também que Porto Alegre tivesse um presente maior, que a Prefeitura cuidasse melhor da nossa Cidade, especialmente da área pluvial, dos alagamentos. O Ver. João Antonio Dib já ressaltou alguns aspectos, e um aspecto muito importante que é justamente a construção do conduto forçado da Rua Álvaro Chaves, objeto de acordo nesta Câmara para que fosse iniciado já no ano passado, mas não foi. Este ano há verba para o conduto forçado da Rua Álvaro Chaves, mas não foi iniciado ainda, e não foi nem utilizada a parte da verba, segundo me informa agora o Ver. João Antonio Dib, de 9 milhões de reais.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, esse foi um contrato da Prefeitura com a Caixa Econômica Federal que foi aprovado e que contempla também outras zonas de alagamentos, inclusive Três Figueiras e Chácara das Pedras. Acontece que as soluções não foram propostas, as propostas são inaceitáveis, e continua um impasse muito grande, inclusive com a questão da Av. Goethe e da Rua Álvaro Chaves. A discussão que é feita pela população não conta com a presença das estruturas da Prefeitura, há imposição de soluções que a população não quer e não aceita.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Acho que essa mentalidade reinante de postergar as obras a título de discuti-las... Acontece que a chuva, os alagamentos não param, eles vêm, levam as casas, causam estragos, invadem propriedades e não perguntam: "Pára aí um pouquinho, vamos discutir primeiro?". Não, tem é que tomar providências, soluções. E, para o próximo ano, esperamos que sejam aceleradas essas obras.

Existe um financiamento do BID, uma verba, segundo o Ver. João Dib, de 22 milhões e 750 mil. Desses 22 milhões e 750 mil, 15 milhões e 750 mil são financiados pelo BID, financiamento internacional, e a contrapartida da Prefeitura é de 7 milhões. Então, mais do que o dobro o BID financia, e a Prefeitura entra com 1/3 somente dos recursos próprios. Esperamos que isso finalmente aconteça.

Mas eu estou muito preocupado também com os alagamentos que, conforme falou aqui o Ver. Cláudio Sebenelo, existem em outros locais. Eu tenho andado por esta Cidade. A Larissa mora lá perto do arroio Cascatinha, e eu fui verificá-lo. Fui lá, tirei fotografias e vi um lixão ao lado desse arroio. Ali na entrada, de quem vai para a Gruta Nossa Senhora de Lurdes, há um lixão ao lado do arroio Cascatinha que derrama os seus dejetos para dentro do arroio. E nós temos inúmeros arroios em Porto Alegre. Eu andei visitando mais alguns. Por exemplo: o arroio Sarandi. Dentro do tal programa, arroio não é valão, mas acontece que a Prefeitura tem deixado os arroios virarem valões. (Mostra fotografias.) Vejam aqui o arroio que passa atrás da Vila Dique, ou o dique da Vila Dique, coberto de lixo. Essa água nós iremos beber. E há mais: aqui no arroio Passo das Pedras e, também, num canal próximo do aeroporto. Este é o canal. (Mostra fotografia.) Este aqui é o canal Passo das Pedras. (Mostra fotografia.) Vejam um depósito de lixo, este é um dique atrás do aeroporto. (Mostra cartaz.) Imaginem a proliferação de bactérias que deve haver nesse canal. E essa água nós vamos beber. E há mais ainda: o famoso arroio Mem de Sá. Vejam só esta primeira foto aqui no arroio Mem de Sá. (Mostra fotografia.) Uma vergonha, um depósito de lixo. É uma vergonha! Aqui também é o arroio Mem de Sá. (Mostra fotografia.) E aqui embaixo está o famoso arroio Dilúvio, com as suas ilhas, com as suas plantações, plantações de banana, tudo lá dentro do arroio Dilúvio. (Mostra fotografia.)

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Caro Ver. João Carlos Nedel, eu estou ouvindo com atenção a sua exposição. V. Exª trata, como sempre, de um tema muito importante. No entanto, eu só queria chamar a atenção, pela precisão do seu pronunciamento, para que não criemos uma fantasia, que não é do seu estilo: as águas dos arroios, dos cursos d’água urbanos, não são as águas que a população bebe. A água passa por todo um processo que lhe garante potabilidade, utilizam-se técnicas para isso. Não podemos criar uma idéia falsa, e sei que não é a sua intenção.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu concordo, Vereador, e é para isso, inclusive, que o Projeto Socioambiental vai, assim que for concluído, tratar 77% do esgoto e dos resíduos da Cidade, porque há 15 anos, 16 anos, apenas 2,7% do esgoto era tratado. Então, há um esforço grande que deve ser continuado.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Como disse o Vereador, os hospitais estão cheios por causa da poluição dos nossos arroios. Inclusive, a leptospirose, a hepatite, as doenças intestinais, em crianças, são causadas em razão do problema da poluição dessa água que, evidentemente, não é para ser bebida, mas inocentemente as crianças acabam por bebê-la.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Em relação à colocação do Ver. Gerson Almeida, eu quero dizer que a água é a mesma, a água dos arroios que vai para o lago Guaíba é a mesma. Evidentemente, a água é muito bem tratada. Tecnicamente, a nossa água é bem boa, mas a que custo? Há quantos produtos químicos na água?

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Para concluir, Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Para concluir, e levando em consideração que estou falando sobre o Orçamento - mostrei aqui os arroios -, eu queria dizer que, para limpeza, para tratamento, para desassoreamento, para desobstrução dos nosso arroios - os quais são inúmeros -, a verba do DEP é de apenas 51 mil reais por ano! Isso aí dá quatro mil reais por mês.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Como é que o DEP vai tratar os arroios? Com que verba? E o pior ainda...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. João Carlos Nedel, por favor, o seu tempo já passou. É o terceiro alerta que faço a V. Exª.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu encerro. E o pior ainda é que, quando há qualquer transferência de verba, reduzem a verba do DEP. Podem ver...

 

(Som cortado conforme determinação da presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, os exames que estão sendo feitos a respeito desta Peça Orçamentária têm obedecido a uma lógica absolutamente coerente no que diz respeito à análise pontual dos vários aspectos que envolvem a Peça Orçamentária, que, neste ano, atinge despesa que é previamente fixada em mais de dois bilhões de reais, mais precisamente R$ 2.185.593.267,11. Está no próprio encaminhamento do Orçamento; já está aqui declarado expressamente que esse é o valor em que se fixa a despesa para o ano que vem, buscando, da mesma forma, se concertar uma Receita compatível com essas necessidades.

No PREVIMPA se prevê uma despesa na ordem de 310 milhões de reais, e o que eu realmente estranho - e o faço desde a primeira leitura -, o que eu não sei é onde são colocados os valores correspondentes à Receita do PREVIMPA, que sabidamente, no ano que vem, deverá atingir 30% da folha de pagamento do Município, eis que todos os servidores haverão de recolher a contribuição ajustada progressivamente neste ano, passando, no ano vindouro, já a contribuir com 10% do valor dos seus respectivos vencimentos, nele tudo incluído, e a Prefeitura fica obrigada a colocar o equivalente a 20% do valor dessa folha de pagamento. Chego a imaginar que, em termos de Receita, o item 1.2, das categorias econômicas de fonte, seja o indicativo de que esses 77 milhões e 849 mil representam as contribuições dos servidores para o PREVIMPA, Ver. Sebenelo; o que nós leva a crer que o total da folha de pagamento, dos gastos com pessoal do Município, deverá atingir no máximo 770 milhões. Isso porque, Vereador, como V. Exª bem sabe, não só os funcionários ativos irão contribuir para o PREVIMPA; ainda se discute a cobrança dos inativos que - a não ser naquele limite dos 2 mil e 800 reais - deverão também ser contribuintes.

O que nos indica isso, Ver. Sebenelo - e a gente tem de ler até nas entrelinhas o que está colocado -, é que nós não teremos um gasto com pessoal superior a 770 milhões de reais neste ano. E, não sendo superior a esse valor, nós temos o seguinte: não se está prevendo reajuste nenhum para os servidores do Município no ano vindouro; pretende-se manter estabilizados os salários sem o pagamento sequer da bimestralidade, sem nenhum tipo de ganho para os servidores municipais, provocando esse grande achatamento que hoje vive toda a categoria dos servidores municipais, os quais há mais de ano estão com os seus salários congelados.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Ver. Reginaldo Pujol, ontem eu recebi o Relatório do Tribunal de Contas relatando os acontecimentos da Prefeitura no ano passado, já que várias vezes eu fui Prefeito em exercício. Diz-se clara e textualmente que, em momento nenhum, a bimestralidade foi ameaçada, porque nunca foi necessário chamar a atenção da Prefeitura para o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Nunca houve necessidade, portanto havia recurso, poderia ter sido paga a bimestralidade, e não foi.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: O que não houve foi vontade de assim proceder. Provavelmente para compensar os gastos que crescem assustadoramente todos os anos, Ver. Dib. Eu tenho certeza de que V. Exª não irá desconsiderar o crescimento desmesurado que nos três últimos anos vêm tendo os recursos reservados para os encargos gerais do Município. É que todas aquelas contratações de obras que, ao longo do tempo, foram sendo feitas com recursos provenientes de empréstimos tiveram progressivamente vencidos os seus períodos de carência. A grande obra que o Município apresenta, que é a 3ª Perimetral, que vai para oito anos e ainda se encontra longe de ser concluída, era para ter sido concluída em função do contratado inicialmente há três ou quatro anos, porque o que se pretendia era o desenvolvimento da obra durante o período da carência, durante o período em que não havia desembolso de parte do Município e apenas a capitalização dos juros. O endividamento real da Prefeitura precisa ser melhor examinado nesse momento, até porque não há nenhum decreto que previamente estabeleça imposição de que o executor do Orçamento do ano vindouro seja pessoa vinculada politicamente ao atual titular do Município. Há uma séria tendência do Município para que ocorra uma mudança.

Então, acho estranho que estejamos discutindo um Orçamento bitolado a práticas antigas que, inclusive, implicam na subestimação da Receita, para que se possa fazer um jogo de suplementação, que inclusive prevê para a Câmara Municipal de Porto Alegre um valor insuficiente para as suas atividades. Eu afirmo isso, Verª Presidenta, com toda a tranqüilidade. Sempre esta Casa - e não pense que V. Exª foi homenageada com essa injustiça - teve subestimada a sua Receita, subestimados os valores para ela fixados, o Ver. Braz tem lutado há anos em relação a essa prerrogativa. Nós tentamos modificar no ano passado, prevendo que historicamente o Município de Porto Alegre subestima a sua Receita para jogar com a suplementação e para que a Câmara de Vereadores fique - Ver. João Dib, V. Exª viveu na Presidência esta situação - submetida ao jogo de buscar os recursos necessários para o seu funcionamento numa verdadeira afronta ao Poder, que é o Poder Legislativo Municipal.

Quero, desde logo, vejo que o tempo se esgota, fazer a afirmação de que este Orçamento tem vício de base, porque parte de uma ótica equivocada escamoteia dados e, mais do que escamotear dados, raciocina com a mesma lógica que raciocinou nos anos anteriores. Vamos subestimar a Receita? Vamos fixar uma despesa e vamos jogar com a suplementação que todos os anos ocorre? O Ver. Dib é capaz de dizer até que, neste ano, são mais de cem milhões de reais que foram objeto de suplementação - cem milhões de reais! Mesmo que nós tivéssemos limitado o Orçamento a um determinado percentual, como esse percentual não se aplica para pessoal, como esse percentual não se aplica para uma série de coisas, ele permite esse número abusivo e excessivo de suplementação.

Por isso, Srª Presidente, eu concluo dizendo que voltarei a esse tema, socorrendo-me do Ver. Dib e de outras fontes de informações, para demonstrar o abismo e o contra-senso que representa este Orçamento, equivocadamente preparado e dentro de um plano que vem sendo executado há anos, com relação à Câmara Municipal e ao conjunto da cidade de Porto Alegre.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrada a discussão de Pauta Especial. Solicito verificação de quórum. (Após a apuração nominal.) Registramos a presença de dez Vereadores: Raul Carrion, Cláudio Sebenelo, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Reginaldo Pujol, João Antonio Dib, Luiz Braz, Sofia Cavedon, João Carlos Nedel e Margarete Moraes. Não havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h56min.)

 

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